MMF ENTREVISTA #12 - Leonardo Monte




Hoje é dia de mais um MMF Entrevista. E dessa vez conversamos com um escritor que gosta de esportes de contato e tem um cão de três cabeças de estimação.

Com vocês: LEONARDO MONTE!

O autor nasceu no Rio de Janeiro, passou a maior parte da infância em São Paulo e foi no Ceará (mais precisamente em fortaleza) que Leo definitivamente se encontrou. Aos 20 anos, ele foi para o interior do Rio Grande do Sul para cursar zootecnia. Em 2010, nas suas noites de insônia, Leo escreveu o primeiro volume de Cerberus (Entre Cobras e Ursos) e em 2011 publicou sua obra pela Editora Novo Século, através do selo Novos Talentos da Literatura Brasileira. Após uma temporada na Dinamarca, ele retornou para Fortaleza, aonde atualmente trabalha na série Cerberus.


A Obra

Cerberus: Entre Cobras e Ursos - Livro 1
Cerberus: O Diabo Pede Carona - Livro 2




A ENTREVISTA
1. Você se lembra do primeiro livro que leu na vida? Que idade tinha?
R.: O primeiro livro que li, vamos dizer assim, “profissionalmente” foi o livro O ÚLTIMO JUDEU, do autor Noah Gordon, tinha 12 anos.

2. Você tem algum livro escrito antes da série Cerberus não publicado? Se sim, um dia teremos a chance de lê-lo?

R.: Tenho vários projetos já iniciados e com certeza irão para vocês
3. Qual o seu maior ídolo na literatura?
R. Sem sombra de dúvidas, Bernard Cornwell

4. Como funciona seu processo criativo?

R.: Eu imagino as coisas como um filme. Meus personagens são criados com base em pessoas que conheço. Por exemplo, se preciso de um personagem que seja uma mulher loira, alta, bonita, engraçada e inteligente, vou no meu facebook, verifico quem possui tais características e passo a conversar com ela, sem avisá-la de nada, mas proponho diversas situações para descobrir como ela reage e à partir daí como minha personagem reagiria.
5. Qual o seu livro de cabeceira neste exato momento?
R.: Horizonte Azul, de Wilbur Smith. A continuação de Aves de Rapina, o melhor romance sobre pirataria que jamais foi escrito

6. Fale um pouco sobre o que os leitores encontrarão em sua obra.
R.: A falta de um protagonista. Não gosto e nunca gostei de protagonistas, então em Cerberus há seis. Violência, terror, romance e lições sobre honra e amizade. Sou humanista, não acredito também em personagens principais 100% bons e vilões 100% maus, meus personagens fazem coisas boas e ruins, e, da mesma forma, os vilões.
7.  Cérberus, apesar de possuir elementos que vão do Medieval ao Sci-fi, é mais voltado para o horror sobrenatural. Esse é seu gênero preferido para ler e escrever ou tem projetos para histórias em outro estilo?
R.: Sempre gostei do sobrenatural, mas principalmente, do pós-apocalíptico. Não posso dizer que é meu gênero favorito. Esse guardo para o romance histórico. Pra mim, quem consegue escrever bons e fiéis romances históricos como Cornwell, Iggulden e Guilou são gênios e eu mesmo não me arriscaria a entrar nesse mundo. Cerberus é uma ficção, mas tenho um projeto de fantasia e outro de comédia.
8.  Como tem sido a respostas dos leitores?
R.: Graças à Deus positiva. As críticas são mais relacionadas às editoras, diagramação, correção, etc... de resto, recebo muitos elogios, inclusive de pessoas que nunca leram e me procuram para dizer que através de Cerberus passaram a amar a leitura.
9.  Hoje vemos (centenas de) dúzias de novos autores. Se destacar nessa enorme seara é uma missão tortuosa e longa. Como tem sido sua experiência ao divulgar sua obra? E quais as maiores dificuldades?
R.: Hoje temos uma facilidade: redes sociais e internet, isso facilita e ajuda muito na divulgação e venda dos livros, mas é uma luta diária, que fique claro. Também encontramos uma dificuldade maior do que os escritores anteriores encontraram em seu tempo: hoje há muitos autores, ficou relativamente fácil publicar, então, por mais que a venda ficou mais acessível, a competição ficou muito maior.
10.     Você é formado em Zootecnia. Como concilia essa atividade com o ofício de escritor? Em que ponto as duas atividades convergem e quando se atrapalham?
R.: Eu não atuo mais na zootecnia. Na verdade nunca atrapalhou ou ajudou, eu trabalhava de manhã e à tarde e escrevia depois do expediente.
11.      Uma das grandes dificuldades do autor independente é conseguir oferecer seu livro por um preço mais módico. Por outro lado, os e-books são bem mais baratos que os oferecidos por grandes editoras. Recentemente Cerberus foi disponibilizado com um preço bem atraente, além de ter ficado alguns dias gratuitamente. Como você tem percebido as preferências de seus leitores? Eles ainda preferem a versão física, mesmo com a diferença considerável no custo?
R.: Cerberus teve a alegria de ter ficado durante uma semana como o e-book mais baixado do amazon.com.br, isso foi uma alegria. Em uma semana chegamos a beirar os mil downloads, mas o mesmo não se vê quando se cobra pelo e-book, por mais baixo que seja o preço. O brasileiro ainda não tem o costume do e-book e eu não posso julgá-lo por isso, também não uso e-books
12.     Você tem o costume de ler livros em formato digital?
R.: Não, sou da velha guarda (risos)

13.  Muitas vezes os autores carregam seus protagonistas com características próprias. Seus personagens têm muito de você? Algum personagem é inspirado em pessoas reais?
R.: Renan, Caio, João e Ilian têm muito de mim. Renan tem meu lado inconseqüente, Caio meu lado romântico, João meu lado comediante e Ilian meu lado rugby de ser. Não todos, mas 90% de meus personagens são baseados em pessoas que conheço, acredito que por isso que os leitores comentam da profundidade de meus personagens.

14. Você costuma ler obras de novos autores brasileiros? Poderia indicar alguma(s) que merecem destaque?
R.: Sim, sempre leio algo. Recomendo a série O Legado do escritor Jorge Luiz Nogueira que tem uma bela pesquisa e trama

15. Qual obra você gostaria de ter escrito?
R.: Shantaram

16. Pode deixar um trecho de seus preferidos de algum de seus livros?
R.:
“As criaturas formaram uma linha rosnando e sorrindo sarcasticamente... eram duzentos... e à sua frente apenas sessenta e sete cães de guerra espremidos na entrada do Templo de Madraí.
- Alguém acha que hoje não é um bom dia para morrer? - gritou Cara de porco.
- Cogadh! - berraram sessenta e sete vozes.
- Deixem que venham! Nenhum entrará no templo!
- Cogadh!
Os calabans começaram a correr.
- Defendam o templo!
- Cogadh!
Estavam chegando em velocidade.
- Morram pelo templo!
- Cogadh!
Era possível sentir o fedor e ver a morte em seus olhos
- Honra! Pra viver pra sempre!
- Cogadh!
Estavam próximos.
- Ninguém morre antes que eu! - gritou Cara de porco.
- Cogadh!
Os calabans chegaram e foram recebidos por machados, marretas e maças,... dando início ao fim.”
17. Por favor, conte-nos sobre seus projetos futuros. Além da série Cerberus, ha outros projetos engatados?
R.: Sim, as Crônicas do Brutal e Sangrento estão na fila

18. Se “Cerberus”  for para os cinemas, quem gostaria de ver como diretor? E o que não poderia faltar?
R.: Acho que o José Padilha, pois é um mestre da brutalidade


19.  Ainda que Renan seja o protagonista de Cerberus, no livro 1 temos um grande destaque para o grupo dos Ursos. Qual será o foco no próximo volume, o grupo de Renan será mais presente?
R.: Renan não é o protagonista, ele é um dos protagonistas e as pessoas tendem a confundi-lo com protagonista. No livro 2 o foco é total no bando de Renan

20.      Quais suas maiores influências na construção do universo de Cerberus?
R.: Mad Max, Eu sou a Lenda, O livro de Eli e Castlevania





21. Como e quando surgiu seu interesse pela escrita?
R.: Desde cedo, se não fosse escritor queria ser jogador de rugby

22.   O que você diria aos futuros escritores, que desejam mostrar ao mundo as histórias que povoam suas mentes?
R.: Não desistam, aceitem críticas, sejam honestos e saibam que vão cair de cara muitas vezes, mas que a vitória consiste em levantar-se uma vez a mais do que as vezes que se cai
23.  Qual é o seu personagem preferido em sua obra publicada?
R.: padre Francisco, adoro escrever suas cenas
24.        O que você tem a dizer a quem ainda conheceu seu trabalho
R.: Se não gostam de palavrões, detalhamento de morte, tortura e sexo... fiquem longe mesmo (risos)
25.        Por favor, dê seu recado. Diga o que quiser para seus leitores, futuros leitores, inimigos... Todos.
R: Aguardem as surpresas, Cerberus estará com um desfecho fantástico. Grande abraço



Obrigado, Leonardo, pela disponibilidade para responder a entrevista. Desejamos grande sucesso na sua carreira, e que cada vez mais pessoas possam conhecer sua bela obra.
Se você é autor e também quer conversar com o MMF, mande um email para mmundinhof@yahoo.com.br, que teremos o maior prazer de bater um papo sobre o árduo mundo da literatura independente.
 

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15 comentários

  1. Oiie!
    Adorei.
    É sempre bom conhecer novas pessoas e novos autores. Eu por exemplo, não conhecia o autor, mas ele aparenta ser muito simpático!
    Não faz meu tipo de leitura mas já indiquei para amigos!

    Beijos,
    Marcela.
    ocantinholiterario.blogspot.com
    P.S: Desculpa demorar para visitar o blog, minhas provas terminaram ontem então estou meio atrasada! Mas espero que isso não volte a acontecer ♥

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    Respostas
    1. oi Marcela, não esquenta, provas acabam com a gente, sempre, rs

      Eu também amo essa coluna do Samuel, e mesmo quando nos apresenta títulos que não curtimos muito, sempre tem um amigo que curte, rs
      beijos

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  2. Oi, Samuel
    Adorei a entrevista. Não conhecia o autor, mas fiquei bem interessada nos seus livros.

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  3. O bruna, tudo bem ?
    Eu não conhecia essa série e nem esse autor.
    My bad :x

    Mas vi que ele adora o Bernard Cornwell <3 que eu também amo !!! Então quem sabe eu não leia os livros dele. Acho muito legal me identificar com os gostos dos autores, parece que a gente se entende. hahaha
    beijinhos e to seguindo aqui o blog.

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  4. Oi Samuel, tudo bem?
    Quando vi que era o Leonardo, eu parei tudo, ele é meu parceiro e o livro dele é maravilhoso!! Samuel, o livro dele é a sua cara, você tem que ler. Bru, você não sabe o que está perdendo.
    E o Leo é uma excelente pessoa. Torço muito por ele, desejo muito o seu sucesso!!!!!!!
    Achei muito engraçado o processo criativo dele.
    Beijinhos.
    cila-leitora voraz
    http://cantinhoparaleitura.blogspot.com.br/

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  5. Adoro entrevistas, pois é sempre bom para conhecermos um pouco mais sobre um autor que conhecemos, ou uma forma de conhecer um novo autor e um novo livro.
    Eu não conhecia o Leonardo e nem os seus livros, e foi bom conhecer, pois ao pesquisar sobre os livros fiquei bastante curiosa. Mais um nacional que virá para a minha estante.
    Adorei a resposta dele para a pergunta 24. haha. Descrições de morte são comigo mesma! É raro termos isso em livros e minha mente doentia adora...

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  6. Já havia lido resenhas dos livros Cerberus , e estava com vontade de ler. Agora que conheço o autor fiquei mais curiosa ainda de saber como ele escreve, por causa da sua personalidade.
    Amei a entrevista !
    bj, dréa

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  7. oi gente, obrigada pela visita!!! e um ótimo restinho de feriado para todos
    beijos

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  8. e sempre bom conhecer os autores , nao conhecia o autor e nenhum livro dele , ! mas pretendo ler alguma coisa dele !

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  9. Adoro conhecer autores nacionais e este parece ser um ótimo. Seus livros são muito interessantes, vou procurar mais sobre. :)
    beijos!

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  10. Muito legal essa entrevista com o Leonardo. Achei bem curiosa essa construção que ele faz das suas personagens. Geralmente parte das respostas que seus "musos inspiradores". Não me lembro de ter visto algum outro autor partir desse ponto.

    @_Dom_Dom

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  11. Eu já conhecia as obras do autor, apesar de nunca as ter lido. Sempre me interessei pelo estilo de livro dele e pretendo adquirir em breve.
    Gostei de saber em quem ele inspira os personagens, já que gosto destes também.
    Ah, Padilha como diretor seria garantia de sucesso. \õ

    M&N | Desbrava(dores) de livros - Participe do nosso top comentarista de Abril

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  12. Eu não conheço nenhuma obra do autor, mas gostei da entrevista, não sei se a ideia de não ter um personagem principal me agrada, além da violência e do terror, então acho que não vou gostar de Cerberus, não faz o meu estilo esse tipo de gênero.

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  13. Não conhecia o autor nem as obras, mas gostei bastante e vou procurar saber mais.

    Beijos.

    http://livrosleituraseafins.blogspot.com.br/

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Obrigada pela visita, e volte sempre!
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