MMF ENTREVISTA #16 - Carlos Santos

Semana passada não tivemos entrevista, mas hoje voltamos com força total. Dessa vez conversamos com Carlos Santos, autor do livro Tempestade Solar (resenha aqui).

Vamos conhecer sua obra!

 

Tempestade Solar

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Sinopse: Alice Carter é uma britânica que vive no Brasil, uma mulher cuja existência deixou de fazer sentido desde o acidente em que esteve envolvida.

Alice quer morrer , mas não sabe que esta pode não ser a pior das experiências. De São Paulo na era digital, passando pela Inglaterra no declínio do regime feudal até o Japão dividido na época dos guerreiros Samurais, Tempestade Solar é uma história amarga e doce em um só tempo.

ENTREVISTA

1. Você se lembra do primeiro livro que leu na vida? Que idade tinha?

R.: Sim, como se fosse ontem... Se chama “O cachorrinho Samba” de Maria José Dupré. Deveria ter uns 11 anos.

2. Qual o seu maior ídolo na literatura?

R. Não tenho um autor preferido mas admiro muito Dean R. Koontz. André Vianco, Sidney Sheldon, Pedro Bandeira, Carlos Ruíz Zafón e Kate Mosse.

3. Como funciona seu processo criativo?

R.:Para mim tudo pode funcionar como um gatilho para uma nova história; uma frase  dita, uma notícia de jornal ou uma situação. Alguns trechos de TS foram escritos ao som de “Lacuna coil”, “Within temptation”, “Angra” e “Shadowside” enquanto outros, eu tive que sair para caminhar ou reorganizar minha casa para poder pensar.

4. Qual o seu livro de cabeceira neste exato momento?

R.: No momento estou lendo “O festim dos corvos” de George R.R. Martin.

5. Fale um pouco sobre o que os leitores encontrarão em sua obra.

R.: É possível que alguns leitores encarem a multiplicidade de personagens e pontos de vistas como uma dificuldade mas, em meio a aventuras, e cenas ambientadas em três países e diferentes datas, o leitor irá se deparar com  personagens que remetem a sentimentos como amizade, amor e necessidade de proteção.

6.  Tempestade Solar faz uma mistura de gêneros muito interessante. Você tem um gênero literário predileto quando escreve?

R.: Quando comecei a escrever TS eu queria fazer algo próximo à ficção histórica, porém, as ideias foram surgindo durante o processo e acabou nessa mistura que você viu... Por enquanto escrevo sem me prender a um gênero específico. Talvez um dia eu encontre um gênero do qual eu goste de escrever.

7. Hoje vemos (centenas de) dúzias de novos autores. Se destacar nessa enorme seara é uma missão tortuosa e longa. Como tem sido sua experiência ao divulgar suas obras? E quais as maiores dificuldades?

R.: Divulgar parece ser a palavra do momento quando o assunto é livros e autores iniciantes. Depois que publiquei percebi que não tinha talento nenhum para divulgar ou vender o meu próprio livro. Decidi não divulgar. TS vai encontrar o seu leitor, quer seja um, quer seja um milhão. Percebi que essa parte pra mim não importa. No momento quero me dedicar ao aprendizado da escrita. Para mim o ato de escrever e fazê-lo bem, é ou deve ser o maior desejo e desafio de um aspirante a escritor.

8.  “Tempestade Solar” trás acontecimentos em épocas distintas e tem um aspecto histórico bem detalhado. Como foi o processo de pesquisa para que todos os detalhes fossem tão bem descritos?

R.: Obrigado pelo “Bem escrito”! Sempre gostei muito de História, Antes de escrever o primeiro capítulo, eu assisti a vários documentários, li sobre o período e os locais onde se passaria a história, essa se manteve durante todo o processo de escrita. A parte mais difícil foi escrever as passagens no Japão feudal. Para as cenas de combate assisti a vídeos e aprendi um pouco de Iaijutsu. Ainda penso que deveria ter pesquisado mais.

9. O livro “Tempestade Solar” é vendido pela Amazon, no formato digital. Como você tem percebido a aceitação dos leitores ao formato digital? E qual é a sua relação com os livros digitais?

R.: Apesar de ainda haver resistência, percebo que é uma maneira de ler que tem crescido... Mas sou novo nisso, não tenho autoridade para falar como autor inserido no mercado editorial.

10.  Muitas vezes os autores carregam seus protagonistas com características próprias. Seus personagens têm muito de você? Algum personagem é inspirado em pessoas reais?

R.: Assim como eu, Alice Carter é bibliotecária, O Clérigo é um religioso desiludido, Marcelo é sarcástico e o detetive Francisco Barone é um homem determinado a fazer o seu trabalho corretamente qualquer custo. De modo geral, TS é carregado de sentimentos de frustração, carinho, raiva, solidão, perda, amor...

As características físicas, trejeitos e traços de personalidade de Alden Evans foi inspirada em minha amiga Laura, a quem dediquei o livro.

11. Você costuma ler obras de novos autores brasileiros? Poderia indicar alguma(s) que merecem destaque?

R.: Eu passei um bom tempo afastado da leitura por hobby por conta da faculdade e adaptação no mercado de trabalho. Ver tantos jovens autores brasileiros é uma novidade para mim e, como trabalho numa biblioteca de uma rede escolar de grande porte, tenho contato com muitos livros de grandes editoras (onde os novos autores não estão) e com isso, a curiosidade, o desejo de lê-los cresce junto com a minha lista. No entanto gostaria de indicar a série “Os quatro elementos”, de Josy Stoque.

12. Qual obra você gostaria de ter escrito?

R.: Gostaria de ter escrito “O silêncio da chuva” de Luiz Alfredo Garcia-Roza

13. Pode citar um trecho preferido de Tempestade Solar?

R.: 

“– Hum... Bonito nome... Carter... E o que exatamente você carrega?

Alice ficou confusa com a pergunta de Alden, mas logo começou uma tentativa de resposta.

– Culpa e medo... É isso que carrego.”

14.Por favor, conte-nos sobre seus projetos futuros. O poderemos ler com a sua assinatura em breve?

R.: Provavelmente TS dará origem a outros trabalhos, no momento estou planejando a continuação, pretendo disponibilizar pelo menos uma ou duas músicas tema para o livro futuramente. Tenho algumas ideias voltadas para o publico juvenil, algo que siga a linha de Pedro Bandeira e Márcia Kupstas.

13.  Quais suas maiores influências na sua escrita?

R.: Gosto muito dos livros da Kate Mosse e Sidney Sheldon, mas em TS há muita influência de filmes, tokusatsu como “Lion man”, jogos de vídeo-game como os da franquia “Fable”.

14.  Como e quando surgiu seu interesse pela escrita?

R.: Eu tinha uns 12 ou 13 anos, um amigo comprou uma máquina de escrever e então surgiu a ideia de começarmos um livro. Foi uma experiência legal...  Nós nunca terminamos. (risos) Mais tarde surgiram outras iniciativas minhas, mas sempre chegava num ponto em que eu não sabia para onde ir. Decidi escrever alguns contos mas perdi todos.

15. Você tem alguma obra escrita antes de “Tempestade” que ainda não mostrou ao público?

R.: Não... Infelizmente.

16.    O que você diria aos futuros escritores, que desejam mostrar ao mundo as histórias que povoam suas mentes?

R.: Praticamente acabei de publicar, então estou na condição de receber conselhos e não de dar. Posso dizer o que eu fiz, faço e farei por muito tempo: Ler, buscar conhecimentos para melhorar minha escrita e escrever buscando fazer o meu melhor.

17.   Qual é o seu personagem preferido em sua obra publicada?

R.: (Risos) Isso é a mesma coisa que perguntar de qual filho você ama mais.

18.  O que você tem a dizer a quem ainda não conheceu seu trabalho

R.: Você pode gostar de Tempestade solar... (risos)

19.  Por favor, dê seu recado. Diga o que quiser para seus leitores, futuros leitores, inimigos... Todos.

Ninguém produz sozinho, por isso gostaria de usar este espaço para agradecer às pessoas que me apoiaram, em especial a Sarah Francille Rosa pelo “brainstorm” que deu origem a personagem de Alice Carter, a Andréa Bertolani, ao Professor de história João Gonçalves de Oliveira por esclarecer minhas dúvidas, a Laura Rosa Gorri por me conceder Alden Evans e sua mãe Daniela Gorri por acompanhar tudo desde o primeiro capítulo.

Agradeço imensamente ao autor, que aceitou o convite com muita receptividade. Aguardo ansiosamente a sequencia de “Tempestade Solar”.

Se você é autor e também quer conversar com o MMF, mande um email para mmundinhof@yahoo.com.br, que teremos o maior prazer de bater um papo sobre o árduo mundo da literatura independente.