MMF Entrevista #21 - Sheila Lima Wing

Olá, amiguinhos e amiguinhas. Hoje vamos conversar com um jovem talento da nossa literatura, a autora parceira Sheila Lima Wing.

Conheça:

Brasileira, nascida no Rio de Janeiro, mora até os dias atuais na favela da Maré, católica praticante, nerd, apaixonada por ratos Twister, escritora orgulhosa do livro "Doce Sonho Alado", participante da antologia "Amores Impossíveis" (CLEC 2012), blogueira doDoces Sonhados há mais de dois anos, Blogaholic, Bookaholic, Potterhead,Star Warrior, Whovian, diva (#OpsFoiSemQuerer) e muito mais!

E ATENÇÃO! Em comemoração ao primeiro aniversário de seu livro "Doce Sonho Alado", a autora disponibilizou, por tempo limitado, o conteúdo integral do livro para leitura gratuita. Basta acessar o Wattpad e embarcar nessa história.

ENTREVISTA
1.     Você se lembra do primeiro livro que leu na vida? Que idade tinha?

R.: Em primeiro lugar, quero agradecer pela oportunidade, para mim é uma honra falar um pouco mais sobre a minha obra! Infelizmente, não lembro mais, não cheguei a guardar na memória. Costumo dizer que “Corda Bamba” foi o primeiro que me fez ter vontade de ser uma escritora de verdade, mas sei que li outros antes dele.

2.     Doce Sonho Alado é sua primeira publicação. Você tem guardado algum outro livro, anteriormente escrito, que ainda não mostrou ao mundo?

R.: Na verdade não. Todos os enredos que eu escrevi antes não chegaram a ser concluídos, e alguns trechos deles foram reutilizados no Doce Sonho Alado. Tenho sim vários projetos em construção, mas todos vieram depois dele.

3.     Qual o seu maior ídolo na literatura?

R.: Tenho um carinho especial pela obra da Lygia Bojunga Nunes. Na verdade, admiro vários nomes da literatura, mas ela já está comigo desde a infância.

4.     Como funciona seu processo criativo?

R.: Primeiro eu monto o “esqueleto” do livro, utilizando-se de tópicos, apenas para determinar quais eventos estarão na trama. Depois eu vou amadurecendo as ideias, escrevendo alguns parágrafos, ajustando a sequência. Quando acho que já está mais ou menos do jeito que eu queria, vou anotando as cenas que ainda não escrevi e vou me forçando a escrever pelo menos um pouco de cada por dia, até completar tudo. Pode parecer estranho, mas eu não gosto de escrever em ordem canônica, funciono melhor escrevendo aquilo que me veio à mente, independente se é do começo, do meio ou do final. Não sou uma escritora rápida, mas gosto de trabalhar bem os enredos, garantir que não tenham furos.

5.     Fale um pouco sobre o que os leitores encontrarão em “Doce Sonho Alado”.

R.: O DSA é um livro para todas as idades, onde temos uma boa dose de mistério, aventura, diversão e uma pitada de fantasia que vai crescendo a cada volume. Vocês também encontrarão assuntos atuais, sempre abordados de forma suave, sem agredir ninguém. Por fim, vocês também poderão ler situações baseadas em acontecimentos da minha vida, alguns trechos inspirados em sonhos, outros formados a partir de imagens mentais, etc, etc...

6.     Hoje vemos dúzias de novos autores independentes. Se destacar nessa enorme seara é uma missão tortuosa e longa. Como tem sido sua experiência ao divulgar sua obra de forma independente? E quais as maiores dificuldades?

R.: Como tudo na vida, tem seus altos e baixos. Acho que a maior dificuldade mesmo é ter que lidar com o preconceito literário que o brasileiro ainda tem. No resumo, a grande maioria gosta de ler aquilo que é “modinha”. Muitos dizem que o brasileiro gosta do que é estrangeiro, mas tenho notado que o que a grande massa quer mesmo é aquilo que todo mundo está lendo. Uma mentalidade bastante “Maria vai com as outras”.

7.     Como tem sido a resposta dos leitores?

R.: Até agora tenho tido feedbacks maravilhosos! Os leitores sempre relatam que gostaram muito da forma como eu escrevo, e até mesmo aqueles que não curtem muito o gênero afirmam ter se encantado pela história. Não posso dizer que o livro é um grande sucesso, mas só por ter feito parte da vida dos poucos leitores que tenho, já me sinto satisfeita.

8.     Como você vê o papel dos blogs literários na jornada do autor independente?

R.: Com os olhos! Brincadeira... hehehe. Os blogs (literários ou não) ajudam bastante na hora de ganhar a confiança dos leitores, não apenas quando se refere ao público do próprio blog, mas também para aqueles que pesquisam sobre o nosso livro nos sites de busca. Uma boa opinião ajuda bastante na hora do leitor decidir se dará ou não uma chance para o livro em questão. Até agora, consegui parceiros maravilhosos, que sabem a forma certa de fazer elogios e críticas.

9.      Se Doce Sonho Alado fosse adaptado para o cinema, o que, na sua opinião, não poderia faltar? Que atores gostaria de ver nos papéis principais?

R.: Ah, eu ficaria muito chateada se Jared Padalecki não fizesse o papel do Último (embora o Último não seja tão alto... hehehe). E pode chamar o lindo do David Tennant para fazer qualquer coisa, ele pode fazer até a Evie, se quiser... hehe. E a Meggie Q. pode fazer o papel de uma certa pessoa que aparece no fim do DSA (não posso explicar quem é para não estragar a leitura de ninguém, mas acho que quem já leu a história sabe quem é). Brincadeira, gente, claro que eu sei que isso já é sonhar até demais! Na verdade, não vejo a trama do meu livro como algo que ficaria legal nas telonas. Acho que todos os escritores já pensaram nisso alguma vez, e toda vez que eu considero a ideia lembro que muitos trechos de um livro são cortados numa adaptação, e o DSA tem detalhes essenciais para a continuação, a saga em si perderia muito. Mas se fosse para fazer um filme de qualquer jeito, acho que gostaria muito que o elenco todo fosse de novos talentos brasileiros. Adoraria poder contribuir para aqueles que estão começando, sem contar que não consigo conceber meus personagens sendo interpretados pelos tão manjados atores “globais”, que atualmente aparecem em todos os nacionais.

10.     Uma das grandes dificuldades do autor independente é conseguir oferecer seu livro por um preço mais módico. Por outro lado, os e-books são bem mais baratos que os oferecidos por grandes editoras. Como você tem percebido as preferências de seus leitores? Eles ainda preferem a versão física, mesmo com a diferença considerável no custo?

R.: Como eu só coloquei a versão digital muito depois da física, não posso afirmar com certeza. Até agora, tem sido bem equilibrado, sem contar que a editora sob demanda que utilizo faz umas promoções que facilitam o acesso ao exemplar físico.

11.  Você tem o costume de ler livros em formato digital?

R.: Comecei a ler e-books no fim do ano passado, pelo aplicativo do Kindle. Por conta de uma série de fatores, estou tendo que ir bem devagar na leitura, mas gosto de ler principalmente os autores iniciantes, para ajuda-los também.

12.    Entendo que sua obra visa o público jovem. Esse é um estilo que predomina em sua escrita ou você também gosta de escrever outros gêneros?

R.: Sou simplesmente apaixonada pela literatura infanto-juvenil, tanto como escritora quanto como leitora. Creio que para escrever para outra faixa etária dependeria de uma ideia, mas por enquanto não tenho planos definidos.

13.  Por favor, conte sobre os projetos futuros e os próximos lançamentos?

R.: Não gosto muito de falar sobre os meus projetos em construção, até porque tenho medo que roubem minhas ideias... hehe. Mas posso adiantar que ainda nesse ano teremos o Doce Sonho Efêmero (o segundo da saga DSA) e um livro com cinco contos inéditos que escrevi para concursos mas que acabaram não sendo escolhidos ou nem enviados. Dois deles já são prévias de livros futuros, inclusive.

14.   Qual foi o tempo de produção de Doce Sonho Alado, desde o surgimento da ideia até ter em mãos o livro pronto?

R.: Demorei pouco mais de um ano para terminar a trama em si. Depois, tive mais alguns meses para revisá-lo e registrá-lo. Fiquei quase um ano ainda tentando conseguir a publicação em editoras tradicionais (como os prazos são bem longos, acabaram tomando mais tempo do que o necessário), mas resolvi tentar a sorte com a autopublicação mesmo. Uns treze dias depois do lançamento (se não me engano) o meu bebê já estava aqui em casa!

15.  Dizem que o protagonista de um livro, muitas vezes, representa um alterego do autor. Evangeline tem muito da sua personalidade? Há algum outro personagem no qual você enxergue características suas?

R.: A Evie tem umas poucas características minhas sim, mas não muitas (ela é muito mais ousada que eu). Na verdade, gosto sim de colocar um pouco de mim em cada um dos meus “filhos”, só que procuro não fazer ninguém 100% igual a uma pessoa real. Gosto de misturar, colocar um pouco do que ficaria mais legal na trama, essas coisas.

16.   O que você diria aos futuros escritores, que desejam mostrar ao mundo as histórias que povoam suas mentes?

R.: Treinem muito e não desistam nunca. Mesmo que seja muito difícil conseguir o livro dos seus sonhos, saibam que hoje em dia existem ferramentas suficientes para “dar um jeito”. Leiam compulsivamente e exercitem sua criatividade, não fiquem esperando que o livro perfeito “caia do céu”. Pesquisem bastante, se superem a cada página e lembrem-se de que o nosso objetivo é convencer o leitor e não enganá-lo. Como eu disse no começo do meu livro, seu “sonho alado” só se tornará impossível no momento em que você desistir, creia nisso.



Agradeço à Sheila pela simpatia e prontidão em participar dessa entrevista. E, reforçando o recado, acesse o Wattpad e leia grátis o livro Doce Sonho Alado.