[Resenha] Revival - Stephen King

Em uma cidadezinha na Nova Inglaterra, mais de meio século atrás, uma sombra recai sobre um menino que brinca com seus soldadinhos de plástico no quintal. Jamie Morton olha para o alto e vê a figura impressionante do novo pastor. O reverendo Charles Jacobs, junto com a bela esposa e o filho, chegam para reacender a fé local. Homens e meninos, mulheres e garotas, todos ficam encantados pela família perfeita e os sermões contagiantes. Jamie e o reverendo passam a compartilhar um elo ainda mais forte, baseado em uma obsessão secreta. Até que uma desgraça atinge Jacobs e o faz ser banido da cidade. Décadas depois, Jamie carrega seus próprios demônios. Integrante de uma banda que vive na estrada, ele leva uma vida nômade no mais puro estilo sexo, drogas e rock and roll, fugindo da própria tragédia familiar. Agora, com trinta e poucos anos, viciado em heroína, perdido, desesperado, Jamie reencontra o antigo pastor. O elo que os unia se transforma em um pacto que assustaria até o diabo, com sérias consequências para os dois, e Jamie percebe que “reviver” pode adquirir vários significados.

Editora/Ano: Suma de Letras/2015

Categoria: Crime, Suspense e Mistério

Skoob

* Livro cedido como cortesia pela Editora Suma de Letras

Oi gente, tudo bem com vocês? A resenha de hoje é de Revival de Stephen King, o primeiro livro dele que eu li, e foi uma leitura surpreendente. A muito tempo queria ler um livro dele, mas sempre ficava enrolando, com medo de ser muito assustador e do gênero não me agradar, mas no final eu gostei bastante, e mal posso esperar para ler os próximos livros do autor.

Revival é um livro de memórias, Jamie Morton vai contar toda a sua história, desde que tinha seis anos e todas as transformações que mudaram a sua vida. Quando Jamie tinha seis anos, ele conheceu o reverendo Charles Jacobs, que desde o início do livro já sabemos que é a pessoa responsável pela maioria das mudanças que marcaram a vida de Jamie. Assim que a família Jacobs chega a cidade, existe uma ligação entre Charles e Jamie e após uma tragédia que faz com que Charles seja expulso da cidade, ele vai embora e ninguém mais ouve falar dele.

...Quando penso em Charles Jacobs - meu quinto personagem, meu agente de mudança, minha Nêmesis -, não ouso acreditar que a presença dele em minha vida tenha qualquer ligação com o destino, por isso significaria que todas aquelas circunstâncias terríveis - aqueles horrores - estavam fadadas a acontecer. Se for assim, a luz não existe, e nossa crença nela é mera ilusão. Se for assim, vivemos na escuridão, como animais em uma toca, como formigas nas profundezas de suas colônias.

pg. 10

Após se passarem vários anos, Jamie se torna guitarrista e depois de fazer todas as loucuras na estrada (sexo, drogas e rock and roll), ele literalmente está no fundo do poço. Viciado em heroína e totalmente perdido, ele já não sabe mais o que fazer da vida. Até que ele encontra Charles Jacobs, o antigo reverendo de sua cidade e a ligação entre eles reaparece, só que Charles não é mais um reverendo e muitas coisas mudaram depois da tragédia que destruiu a sua vida.

Charles Jacobs sempre teve uma ligação com a eletricidade, e desde o começo do livro ele explica muitas coisas que vão te preparar para o que está por vir, não é nada chato e teórico demais, são apenas alguns fatos que vai fazer com que a gente compreenda o que vai acontecer depois. Depois de ter encontrado Jamie, Charles vai embora mais uma vez e depois de um tempo os dois acabam se reencontrando, e a cada encontro algo surpreendente acontece.

Esse é o primeiro livro do King que eu li, e como já vi muitas pessoas falando sobre ele, comecei a imaginar muitas coisas enquanto estava lendo o livro. Por ser um livro de memórias, nem tudo é terror e suspense, e em algumas partes a leitura é um pouco mais arrastada, porque o autor pula a parte interessante e volta a contar relatos da vida do Jamie. E por gostar de terror, não senti um medo absurdo de não conseguir dormir ao ler o livro. O livro te faz pensar em muitas coisas, após a tragédia que aconteceu com Charles, ele se pergunta se Deus existe e para onde as pessoas vão após a morte! Além do mais Charles tem uma obsessão por raios, que chega a ser doentio. E por isso também fica a pergunta de até onde é bom querer ter as respostas para tudo.

Eu gostei muito do desenvolvimento da história, o autor faz a gente gostar dos personagens, até que finalmente eles fazem algo que te faz perceber que ele não é realmente aquilo que você esperava que fosse. E como o ele diz no livro:

"...Eu queria criar uma história o mais humana possível, porque a melhor maneira de assustar o leitor é fazê-lo gostar dos personagens."

Por diversas vezes eu imaginava os piores desfechos para determinadas cenas, que na verdade não era nada demais, mas quando o final surpreendente aconteceu, eu quis começar a ler o livro de novo, para ter certeza que não deixei nenhum furo passar.

A capa do livro é holográfica, as folhas são amareladas com letras de tamanho normal então a leitura é bem agradável. Não encontrei erros de revisão ou tradução, e quem gosta de ouvir as músicas que são citadas nos livros pode preparar porque tem várias dicas de música.

Beijos.

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