[Resenha] O Ceifador – Neal Shusterman


Primeiro mandamento: matarás.
A humanidade venceu todas as barreiras: fome, doenças, guerras, miséria... Até mesmo a morte. Agora os ceifadores são os únicos que podem pôr fim a uma vida, impedindo que o crescimento populacional vá além do limite e a Terra deixe de comportar a população por toda a eternidade. Citra e Rowan são adolescentes escolhidos como aprendizes de ceifador - papel que nenhum dos dois quer desempenhar. Para receberem o anel e o manto da Ceifa, os adolescentes precisam dominar a arte da coleta, ou seja, precisam aprender a matar. Porém, se falharem em sua missão ou se a cumplicidade no treinamento se tornar algo mais, podem colocar a própria vida em risco.

Título original: Scythe
Série: Scythe #1
Categoria: Distopia, fantasia, aventura
Editora: Seguinte/2017

* Livro cedido pela Companhia das Letras - Editora Seguinte para resenha.
O mundo não é mais como conhecemos, agora os humanos são governado por uma inteligência artificial denominada Nimbo-Cúmulo, que é justa e honesta. Não há pobreza, doenças, desigualdade social, fome, todas as mazelas do mundo foram sanadas, até mesmo a morte foi vencida! Quem quiser pode rejuvenescer até seus 21 anos e caso sofra um acidente e faleça, você será revivido em poucos dias.

É assim que acontece na Era da Imortalidade, ninguém morre e não há mais problemas econômicos, políticos e sociais, tudo parece perfeito, mas infelizmente a população não para de crescer e para conter esse efeito colateral surgiram os Ceifadores, uma organização treinada e com permissão para matar (eles chamam de “coletar“) uma cota diária de pessoas com o intuito de diminuir a superpopulação.

Para ser um ceifador, a pessoa escolhida deve renunciar a sua antiga vida, seu nome de batismo e se dedicar apenas aos propósitos da Ceifa. A única lei que deve seguir são os dez mandamento do ceifador e ele deve prestar contas somente a sua organização. Mas a verdade é que onde há poder há margem para corrupção e abusos e esse sistema “perfeito” também tem suas falhas.

Acompanhamos a jornada de Citra Terranova e Rowan Damisch como aprendizes de ceifadores, apesar de não gostarem da ideia de carregar esse fardo e aprenderem a matar, aceitam o convite, pois sua família ganharia imunidade e não seriam coletados enquanto estivessem em treinamento.

O mundo criado pelo Neal Shusterman é fascinante e diferente de tudo que já tenha visto. Agora as pessoas não tem mais medo da morte, elas temem ser coletados pelos ceifadores, o que os tornam quase celebridades ou deuses, muitos inclusive se acham seres superiores aos demais e vemos a vaidade subir a cabeça.

A distopia é muito bem desenvolvida com reviravoltas inesperadas, jogo político acirrado dentro da organização, a história nos faz refletir sobre o sentido de uma vida imortal. Será que teríamos a mesma vontade de aproveitar a vida, os momentos com as pessoas queridas, de valorizar o nosso tempo, de tentar fazer o melhor para usufruir ao máximo tudo? Nessa era da imortalidade várias pessoas se jogavam de altos prédios apenas por divertimento para depois serem revividas, queriam sentir a adrenalina de viver intensamente.

A saga é de tirar o fôlego, mostrando várias faces dos ceifadores, seus segredos e de como a interpretação pessoal da lei pode deturbar a ordem. Além do enredo ser eletrizante, encontramos personagens extraordinários, acompanhar o treinamento de Citra e Rowan foi um aprendizado para o leitor também que está conhecendo esse mundo novo e com a ajuda de meus mentores foi ainda mais singular entender esse novo mundo de imortais.

O livro é narrado em terceira pessoa e em cada capítulo encontramos partes do diário de ceifadores famosos, que expões suas concepções, dúvidas e medos. Achei uma ótima ideia de conhecermos mais profundamente esse lado humano dos ceifadores, afinal eles não nasceram para matar, foram escolhidos e treinados.

Eu queria poder falar muito mais do livro, eu fiquei tão viciada na leitura, foi a melhor distopia que já li em muitos anos! Recomendo para todos que gostem do gênero, e para quem não conhece ou não gosta, só peço que dê uma chance ao Ceifador, vale muito a pena!

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