Hoje é quinta feira! Dia de mais um MMF ENTREVISTA!
E dessa vez vamos conversar com a talentosa e jovem escritora mineira Bruna
Lara.
Saiba que é ela!
Bruna Karoline Costa Lara nasceu em Uberlândia –
MG, onde reside até então com seus pais, irmãos, além de sua avó – que é sua
vizinha – e Snoopy, o cachorro. É graduanda em Direito pela Universidade
Federal de Uberlândia (UFU). Suas inspirações literárias vão desde Charles
Dickens até o lendário J.R.R. Tolkien. Bridd, As Cartas Não Recebidas é o
primeiro de seus livros publicados.
Sua obra
Bridd : as cartas não recebidas
ENTREVISTA
1.
Você
se lembra do primeiro livro que leu na vida? Que idade tinha?
R.: Acho que o primeiro livro com
o qual tive contato para leitura foi Chapeuzinho Vermelho, era uma versão bem
pequena, com poucas páginas, até porque eu devia ter uns 6 ou 7 anos. Mas, acho
que o primeiro livro que mais veio a me marcar como criança, pouco depois dessa
época foi “Luas e luas”, de James Thurber.
2.
Bridd
é sua primeira publicação. Você tem guardado algum outro livro, anteriormente
escrito, que ainda não mostrou ao mundo?
R.: Sim, certamente. Lembro que
bem pequena eu tinha um caderno onde escrevia minhas adaptações de clássicos
infantis, como Cinderela e Branca de Neve. Já mais velha com uns 13 anos,
escrevi uma trilogia de uma história policial e, mais recentemente, tive maior
contato com os contos e poesias. Até que, por fim, surgiu ‘Bridd’.
3. Qual o seu maior ídolo na
literatura?
R.: Nossa, é difícil eleger. Mas
tem dois que eu gosto bastante: J.R.R.Tolkien e Charles Dickens.
Charles Dickens. |
J.R.R.Tolkien |
4.
Como
funciona seu processo criativo?
R.: Não tem muito segredo. No meu
caso, para as ideias fluírem, eu preciso começar a escrever, pode ser qualquer
coisa, mesmo que não tenha muito sentido. Simplesmente não consigo projetar uma
história antes pra começar a escrever depois. Além disso, tenho uma playlist
que me auxilia bastante (risos).
5. Qual o seu livro de cabeceira
neste exato momento?
R.: Estou lendo “A sombra do
vento”, do autor espanhol Carlos Ruiz Zafón que, a propósito, estou gostando
bastante.
6. Fale um pouco sobre o que os
leitores encontraram em “Bridd, As Cartas
Não Recebidas”.
R.: ‘Bridd’ traz alguns elementos
que vêm a se complementar: aventura, guerras, romance e uma certa dose de
segredos a se revelarem. Tudo isso se passando num contexto medieval, num mundo
com características peculiares.
7.
Hoje
vemos dúzias de novos autores independentes. Se destacar nessa enorme seara é
uma missão tortuosa e longa. Como tem sido sua experiência ao divulgar sua obra
de forma independente? E quais as maiores dificuldades?
R.: Ainda que tudo tenha se
passado muito rápido, posso dizer que já atravessei um caminho repleto de
experiências. Divulgar tem sido um papel difícil, recorri principalmente à
internet, que é o meio mais rápido. Porém, como se trata de um livro voltado em
especial ao público jovem, tivemos uma experiência interessante com escolas, de
modo que criamos o projeto de incentivo à leitura com a obra (o qual será
desenvolvido esse ano).
8. Como tem sido a respostas dos
leitores?
R.: Fiquei imensamente feliz com o
resultado que tivemos até agora. Diversas pessoas já leram e me transmitiram um
parecer muito positivo. O que mais me chamou a atenção foi o fato de ser um
livro de literatura juvenil, mas que já teve leitores das mais variadas idades.
Há cerca de um mês recebi uma carta de uma senhora com seus sessenta anos e que
me encantou muitíssimo, pois ela levantou diversos aspectos da história e
captou muito bem a minha ideia ao escrevê-la. Tem sido uma experiência
fascinante.
9.
Como
você vê o papel dos blogs literários na jornada do autor independente.
R.: Acho importantíssimo!
Especialmente para nós, como autores iniciantes. É, de certa forma, um pontapé
inicial, que propicia um espaço relevante na jornada do escritor.
10. Sei que você tem um projeto, envolvendo Bridd, em instituições de ensino. Fale
um pouco sobre esse projeto e como tem sido a resposta desse trabalho.
R.: Por hora tivemos contato
somente com os diretores e vice-diretores dessas instituições, mas a resposta
já foi muito positiva. O projeto foi muito bem aceito e, inclusive recebi muito
incentivo. No trabalho, desenvolveremos atividades dinâmicas em sala de aula,
com o propósito de incentivo à leitura. Além disso, realizaremos rodas de
bate-papo tendo como tema o livro e a ideia central do nosso projeto, a qual
consiste em diminuir uma distância que eu sempre enxerguei entre autor e
leitor. Nosso propósito é estreitar relações e, além de ressaltar a importância
da leitura, pregar desde cedo, a ideia de que todos podem escrever livros.
11. Uma das grandes dificuldades do
autor independente é conseguir oferecer seu livro por um preço mais módico. Por
outro lado, os e-books são bem mais baratos que os oferecidos por grandes
editoras. Como você tem percebido as preferências de seus leitores? Eles ainda
preferem a versão física, mesmo com a diferença considerável no custo?
R.: No meu caso, como fizemos uma
tiragem de livros físicos, divulgamos e disponibilizamos mais dessa maneira e,
consequentemente a procura foi maior nesse formato. E talvez por isso, a
preferência tenha sido maior na versão física, ainda que o formato e-book
também esteja disponível.
12. Você
tem o costume de ler livros em formato digital?
R.: Raramente. Sou mais
tradicional, gosto do contato com o livro, de folhear as páginas, sentir o
cheirinho de livro novo (risos).
13. Bridd
é uma história tipicamente medieval, apesar de contar com suas peculiaridades.
Esse é um estilo que predomina em sua escrita ou você também gosta de escrever
outros gêneros?
R.: Também escrevo outros gêneros.
Minha grande preferência é por histórias que me propiciem novos desafios, que
demandem pesquisas e descobertas sobre lugares e coisas diferentes, o que foi o
caso de ‘Bridd’.
14. Estou ansioso para poder ler uma nova obra
escrita por você. Podemos esperar novos projetos em breve?
R.: Certamente! Espero poder
concretizar um novo projeto o mais breve possível.
15. Qual foi o tempo de produção de Bridd, desde o surgimento da idéia até
ter em mãos o livro pronto?
R.: No total, foram cerca de seis
meses. Levei quatro para escrever e mais dois para terminar de acertar toda a
parte gráfica.
16. Dizem que o protagonista de um livro, muitas
vezes, representa um alter-ego do autor. O “Pequeno Heron” tem muito da sua
personalidade? Há algum outro personagem no qual você enxergue características
suas?
R. Na realidade não. Acabei
criando o Heron me baseando em personagens épicos, os quais tanto se vêem na
história como na literatura, depositei algumas das virtudes que mais admiro
como a coragem e a constância. O mesmo se dá com alguns outros personagens; confesso
que se, por ventura, algum deles tiver alguma característica minha, é mera
coincidência.
17. Atualmente a literatura e ficção é subdividida
em incontáveis gêneros e sub-gêneros. Em qual deles você classificaria Bridd, e qual público alvo deseja alcançar,
prioritariamente?
R.: Classifico Bridd como um
romance de literatura fantástica, voltado especialmente ao público juvenil.
18. Algum de seus personagens é inspirado em uma
pessoa real?
R.: Não. Acho que acabei me
baseando na visão que sempre tive de figuras medievais, em heróis e donzelas,
dos quais sempre se falam nas grandes histórias (e até mesmo na própria
cronologia do mundo, por volta dos séculos V a XV); o que acabou me inspirando
em vários personagens.
19. Paralelo à carreira literária, você é estudante
de direito. Como tem feito para conciliar as duas atividades, e em que ponto as
duas se convergem?
R.: É um pouco complicado,
principalmente quando há muitas atividades acadêmicas a serem feitas. Mas são
pontos conciliáveis, sim. Pela experiência que tive até agora no âmbito do
Direito, pude comprovar que é uma área que exige essencialmente a interpretação
e elaboração de textos, o que, para mim, acaba auxiliando na construção de um trabalho
literário.
20. O que você diria aos futuros escritores, que desejam
mostrar ao mundo as histórias que povoam suas mentes?
R.: “Vá em frente! Não desista!”.
Acabei descobrindo na experiência que, escrever e publicar livros é uma tarefa
repleta de obstáculos. Não existe um “tutorial específico” sobre o que fazer exatamente
ou quanto tempo se leve para que as coisas venham a acontecer de fato; cada
caso é distinto. A grande certeza é que não se pode desistir (especialmente
quando se depara com os pontos técnicos e burocráticos da área), pois o final é
realmente compensador e traz uma grande satisfação pessoal.
21. Qual é o seu personagem
preferido em Bridd?
R.: Certamente o Heron. Acho que o
personagem principal é o que traz maior liberdade ao autor para se explorar
todo um campo de medos, alegrias, conquistas. Assim, gosto muito de várias de
suas qualidades, como já citei, ainda que eu reconheça que ele também possui
suas fraquezas. Além dele, também tenho uma maior afeição pelo rei Galder, o
qual vejo como quem toma decisões propícias nos momentos certos.
22.
O que você tem a dizer a quem ainda não leu “Bridd – As Cartas ao Recebidas”?
R.: Para você que adora aventuras
e grandes segredos, não deixe de ler “Bridd”, pois lá você certamente
encontrará esses elementos. “Bridd” traz um novo mundo com reinos, vilas e
povos diferentes; a história começa de um jeito, mas pode seguir caminhos um
tanto inesperados.
Por
hoje é só. Agradeço imensamente à Bruna, pela simpatia e disponibilidade.
Quinta
feira tem mais!
Se
você é autor e também quer conversar com o mundinho, mande um email para mmundinhof@yahoo.com.br, que teremos
o maior prazer de bater um papo sobre o árduo mundo da literatura independente.
Adorei a entrevista com a minha xará! Dessa vez não tinha lido nada quando a postagem estava como rascunho, rs. Muito sucesso, Bruna, e espero que esse projeto junto as escolas seja um sucesso. Parabéns pela iniciativa, porque precisamos de mais ações de incentivo à leitura no nosso país.
ResponderExcluirbeijos
Obrigada pelo comentário, xará!
ExcluirE obrigada pela oportunidade da entrevista, Samuel! Foi muito divertido responder a cada uma das perguntas. Sucesso a você também na sua carreira de escritor! Abraços.
P.S: Adoreeeeeeeeei o Tolkien lendo 'Bridd', essa eu vou compartilhar! Obrigada! hehe
Oi! ^^
ResponderExcluirGostei muito de ler a entrevista.
Já li a resenha e lembro que na época fiquei com vontade de dar uma olhada no livro.
É interessante para mim que quer ser escritora ver como os outros escritores estão fazendo para ver seu trabalho publicado, como se inspiram, quem os inspiram. Quem sabe um dia não possa ser eu a entrevistada! :)
Beijusss;
http://hipercriativa.blogspot.com.br/
Oi Bru, a entrevista ficou super completa. Adorei!
ResponderExcluirÉ sempre bom saber mais sobre o processo criativo de um autor.
Eu também escrevia muita coisa durante a adolescência. Acho que um dia poderei lançar um livro também, rs.
Gostei muito e desejo muito sucesso para a Bruna. Que você prospere muito.
Beijos
http://livrosyviagens.blogspot.com.br/
Cara, que livro mais simpático! Vou procurar saber mais, certamente! =D
ResponderExcluirJá vi que a Bruna é das minhas pq eu tb sou super tradicional e não curto ler ebooks não =P. Adorei conhecer um pouquinho do trabalho da autora. Não conhecia o livro dela.
ResponderExcluirbeijos
Kel
www.porumaboaleitura.com.br
Obrigada pelos comentários e incentivo, pessoal!
ResponderExcluirFico feliz que tenham gostado do livro (:
Bjs