MMF Entrevista #20 - Gisele Bizarra

Olá, pessoal!

Faz tempo que eu não apareço por aqui, mas isso se deu devido a coisas da vida e minha pouca sanidade e senso de organização. Mas hoje estou de volta com uma entrevista maravilhoso. Hoje conheceremos mais da autora e ilustradora Gisele Bizarra.

Saiba quem é ela:

Gisele Bera Bizarra nasceu em 1981 na cidade de Itararé, interior de São Paulo. É professora de Português e Inglês e, nas horas vagas, é desenhista Freelance com trabalhos voltados ao estilo "mangá", conhecido como desenho japonês. Atualmente reside na cidade de Itapetininga, interior de São Paulo. (skoob.com)

Saiba mais sobre a autora e sua obra em: http://amberbladesbibliotecadospovos.blogspot.com.br/

ENTREVISTA

1.   Você se lembra do primeiro livro que leu na vida? Que idade tinha?

R.:Para ser sincera, eu não lembro muito bem (risos). Acredito que tenha sido o “Jesus é nosso amigo”, por Mauricio de Souza. Quanto à idade, realmente não me recordo ^_^

2.  Qual o seu maior ídolo na literatura?

R.: Eu não tenho um ídolo propriamente dito, mas sempre coloco Tolkien no posto mais alto quando falo da minha entrada no mundo da literatura. Foi graças à trilogia Senhor dos Anéis que vim a gostar de ler e a ver o mundo com outros olhos.

3.  Como funciona seu processo criativo?

R.: Funciono na base do tema. Um assunto que surge numa conversa, a letra de uma música, coisas que estão acontecendo comigo naquele momento, uma apresentação de Power Point enviada via corrente por e-mail... Hehehe. Tão logo surja um tema que me instigue, eu já começo a pensar numa história baseada nele e em que mensagem poderia passar através dela. No entanto, não posso registrar nada sem que já esteja escrevendo a história. A partir do momento que começo a anotar as ideias soltas a fim de juntá-las durante a escrita do material, a história parece ir sumindo aos poucos da cabeça. É como se minha mente tivesse algo contra ao “seguir algo previamente estabelecido”. Desse modo, apenas sento frente ao computador com o Word aberto e mando ver no texto. O que vai surgindo, vou escrevendo. Só tiro ou acrescento depois do livro com a história chegando nos finalmente.

4.  Qual o seu livro de cabeceira neste exato momento?

R.: Neste exato momento ainda estou decidindo qual será o próximo. Não faz muito tempo que terminei a leitura de Helena, Machado de Assis, e sua adaptação para mangá feita pelo Studio Seasons e publicada pela NewPoP. Ainda estou presa à história.

5.  Fale um pouco sobre o que os leitores encontrarão em sua obra.

R.: Para quem vier a se interessar por Amberblades ou Fúria, posso dizer que encontrarão literatura fantástica baseada não só em livros, mas também em jogos, filmes e animes com a mesma temática. Muito de Amberblades vem de materiais que eu criava para narrar aventuras para sessões de RPG, o nosso Role Playing Game, então teremos raças diferentes com suas próprias culturas. Minha admiração por mitologia fez nascer um panteão próprio para o cenário. Além da aventura, teremos romance também. Amberblades se passa num cenário que ainda pode receber muitas histórias, mas nessa trilogia em específico, o leitor poderá acompanhar uma parte da História deste mundo.

6.  Hoje vemos dúzias de novos autores independentes. Se destacar nessa enorme seara é uma missão tortuosa e longa. Como tem sido sua experiência ao divulgar sua obra de forma independente? E quais as maiores dificuldades?

R.: Pois é... Fazer seu nome, como costumo dizer aos meus alunos, é difícil. Porém, não é impossível. No entanto, é preciso ter tempo para tal empreitada, acredito eu. Trabalho como professora e, recentemente, troquei a rede municipal pela estadual. Não tenho conseguido tempo para sentar aqui frente ao computador para divulgação e contatos e essas duas coisas são a alma do negócio. Enfim, acho que a maior dificuldade seja essa mesmo; ter disponibilidade para apresentar seu trabalho para as pessoas.

7.  Como tem sido a resposta dos leitores?

R.: Tem sido bem positiva. Alguns dos leitores chegam até a comentar em particular coisas sobre um personagem em específico, dizendo que gostariam de saber mais sobre ele e isso me inspira mais e mais.

8.  Como você vê o papel dos blogs literários na jornada do autor independente.

R.: Para mim, o papel dos blogs literários é muito importante para qualquer autor, mas principalmente para os que estão começando agora. São como os bardos passando adiante as aventuras de heróis famosos tanto quanto dos desconhecidos. É como um papel social no entretenimento. No entanto, confesso que fico meio chateada com algumas coisas. Aconteceu de algumas vezes, quando estava com tempo para focar na divulgação dos meus trabalhos, de entrar em contato com alguns blogs e receber um “desculpe, mas eu não leio PDF”. Todo mundo tem direito de não gostar de ler livros na tela de um celular ou computador, lógico. Porém, será que todos os que respondem com um “desculpe, mas eu não leio PDF” retornam os contatos assim por realmente não gostarem? Vai saber, né?

9.   Se Amberblades fosse adaptado para o cinema, o que, na sua opinião, não poderia faltar? Que atores gostaria de ver nos papeis principais?

R.: O que não poderia faltar é a caracterização dos personagens de acordo com o que está escrito no livro. Posso estar sendo radical, mas, na minha opinião, quando alguém se dispõe a transformar um livro num filme, deve fazer as adaptações necessárias na história para caber dentro do tempo contanto que não descaracterize os personagens. Quer um exemplo? Zak Colman, o mago de Amberblades 1, tem cabelos longos e brancos. Eu ficaria revoltada se colocassem um cara de cabelos curtos e escuros como sendo ele. Os cabelos brancos da família Colman tem uma história que ainda vou disponibilizar para o público, então seria muita falta de noção e consideração não caracterizá-lo como está no livro. E isso vale para tantos outros personagens de Amberblades e Fúria também.

Quanto aos atores, confesso que só pensei em alguns para o primeiro livro dos Amberblades. Aqui vai uma listinha: Lena Amberblade (Natalie Portman), Joh (Johnny Deep, mas sem trejeitos de Jack Sparrow, por favor), Zak Colman (Shane West), Yomiko (Anna Faris), Datueny (Rob Schneider)...

10.            Como o fato de você ser ilustradora (ótima, por sinal) influência sua escrita e criatividade?

R.: ^_^ Obrigada!! (vergonha). Bom, como eu gosto de animes e mangás, acredito que minha narrativa sofra algumas influências do gênero. Acho que algumas reações dos personagens venham a se parecer muito com as dos animes, por exemplo. Não vou contar a cena devido ao spoiler, mas há um momento em que Zak está sozinho com Lena e Yomiko e algumas de suas palavras fazem com que as duas tenham uma reação bem típica de anime/mangá. Quanto à criatividade, acho que posso dizer o seguinte. Enquanto escrevo, já imagino tudo como um anime.

11. Uma das grandes dificuldades do autor independente é conseguir oferecer seu livro por um preço mais módico. Por outro lado, os e-books são bem mais baratos que os oferecidos por grandes editoras. Como você tem percebido as preferências de seus leitores? Eles ainda preferem a versão física, mesmo com a diferença considerável no custo?

R.: Independente de Amberblades, acredito que a aceitação pelos e-books está aumentando e isso pode ser um ponto favorável para quem está começando. Eu comecei com os impressos, pois ainda via que muitos preferiam assim (eu gosto assim... gosto de sentir o papel). No entanto, assim como muitos estão se voltando ao digital, também estou vendo vantagens nessa área, não apenas como uma autora querendo alcançar mais leitores, mas também como leitora. Apesar dessa evidente caminhada rumo à tecnologia, acredito que muitas pessoas ainda prefiram o impresso, independente do preço. Enfim, acho que teremos o meio a meio por um bom tempo ainda.

12.            Você tem o costume de ler livros em formato digital?

R.: Não tinha. Agora estou me voltando mais para esse formato devido às seguintes vantagens: Menor custo e falta de espaço físico na estante... Hehehe. No entanto, se for o caso, vai o livro impresso mesmo XD

13.            Seu trabalho é predominantemente “fantasia”, com diversas influências muito bem mescladas. Esse é seu estilo literário favorito? Você tem obras não publicadas, ou projetos futuros, eu outros gêneros?

R.: Posso dizer que fantasia me chama mais a atenção. Entretanto, arrisco em outros estilos. No Wattpad tenho um material chamado “Eu sou a caça” e cujas duas primeiras partes foram baseadas num sonho que tive. Aliás, um sonho bem “X-men”, não vou negar. Como é um material que não pretendo transformar em livro, fica lá para quem quiser apreciar (a história ainda está em andamento). Quanto a obras não publicadas e projetos futuros, estou trabalhando (é devagar, devagar, devagarinho) num novo livro, desta vez voltado ao sobrenatural e, pra variar, tomando como inspiração uma franquia de jogos que gosto muito: Devil May Cry.

14.            Por favor, conte sobre os projetos futuros e os próximos lançamentos?

R.: Como citado acima, tenho um novo livro com produção em andamento e inspirado na franquia Devil May Cry, ou seja, uma história contando que os demônios estão entre nós... Hehehe. Tenho também o projeto Amberblades Extra, que são contos nos quais os leitores da série poderão conhecer uma aventura solo de cada personagem. De início estou com ideias para os heróis de Amberblades e o Coração de Lua, mas quem sabe, mais pra frente, eu venha a escrever dos outros também. A aventura solo da Yomiko já está disponível na Amazon ^_^

15.            Você é professora. Como percebe em seus alunos a relação com a leitura? O que poderia melhorar?

R.: Err... A maioria não gosta de ler, infelizmente. Eu sempre tento incentivá-los ao contar a minha história, lembrando de como pecava em escrita na escola, de não falar bem e sofrer de “falta de assunto”. Conto sobre o nascimento do meu gosto pela leitura graças a Senhor dos Anéis. Falo dos meus “filhos de papel”... Um ou outro a gente consegue instigar, mas infelizmente estamos vivendo uma fase difícil na escola. Eles não leem nem os enunciados das atividades e, quando o fazem, não conseguem interpretar. Não só eu, mas todos os professores, fazemos o que podemos. A melhoria precisa ser desejada e fortalecida pelos próprios alunos. Temo pelas futuras gerações...

16.            Dizem que o protagonista de um livro, muitas vezes, representa um alter-ego do autor. Algum de seus personagens tem muito da sua personalidade?

R.: Não cheguei a criar um personagem com muito de mim, mas meio que involuntariamente acabei colocando um pouco de mim em inúmeros personagens que aparecem em Amberblades e Fúria. Posso dizer que pelo menos um personagem de cada livro tem um pouco de mim XD

17.            Como surgiu a vontade se tornar uma escritora?

R.: A vontade surgiu depois que decidi parar de fazer histórias em quadrinhos para publicar na net. Eu costumava fazer tudo sozinha e isso me desanimava quando eu via que não conseguia dar conta de atualizar a página com frequência. Nisso decidi escrever mais e desenhar menos. Ao terminar Amberblades 1, vi que escrever era tão divertido quanto ler.

18. O que você diria aos futuros escritores, que desejam mostrar ao mundo as histórias que povoam suas mentes?

R.: Eu diria para compartilharem suas ideias tão logo consigam organizá-las no papel. Que não tenham receio das críticas e, se elas surgirem, que façam delas a sua força para melhorar e não um estímulo à desistência. Publicar por uma editora é legal? Sim, é. Mas não transforme isso numa necessidade. Publique de forma independente como e-book, compartilhe... Façam suas ideias aparecerem e, quem sabe, uma editora surja quando menos esperar ^_^

19. Qual é o seu personagem preferido em suas obras?

R.: Olha... Difícil essa, hein! Acho que em cada livro tenho o meu favorito. Pode ser assim? XD Tem o Joh (Amberblades 1), Maron (Amberblades 2), Bleizi e Liro (Amberblades 3), Ubahba (Fúria 1) e Elaiah (Fúria 2).

20.  O que você tem a dizer a quem ainda não leu seus livros?

R.: Que deem uma chance aos heróis de Amberblades e da série Fúria também. Que venham a conhecer o mundo de Kathros e seus deuses, pois acredito que uma viagem até lá através dos livros pode trazer um pouco de diversão quando este nosso mundo estiver os importunando um pouquinho.

Dê seu recado, fale o que quiser, pra quem quiser:

Gostaria de, primeiramente, agradecer pela oportunidade. De fato, estou um pouco chateada por não mais ter tanto tempo livre para falar dos Amberblades com as pessoas e esta entrevista está sendo uma grande chance.

Agradeço aos leitores do blog por dedicarem um pouco do seu tempo às minhas palavras e espero vê-los em Kathros um dia... Hehehe XD

Agradeço de coração a simpatia e disponibilidade da Gisele, e desejo muito sucesso, que ela merece de verdade.

Até a próxima!