[Resenha] Perdida - Carina Rissi

Sofia vive em uma metrópole e está acostumada com a modernidade e as facilidades que ela traz. Ela é independente e tem pavor à mera menção da palavra casamento. Os únicos romances em sua vida são aqueles que os livros proporcionam. Após comprar um celular novo, algo misterioso acontece e Sofia descobre que está perdida no século dezenove, sem ter ideia de como voltar para casa – ou se isso sequer é possível. Enquanto tenta desesperadamente encontrar um meio de retornar ao tempo presente, ela é acolhida pela família Clarke. Com a ajuda do prestativo – e lindo – Ian Clarke, Sofia embarca numa busca frenética e acaba encontrando pistas que talvez possam ajudá-la a resolver esse mistério e voltar para sua tão amada vida moderna. O que ela não sabia era que seu coração tinha outros planos...

Série: Perdida #1

Editora/Ano: Verus/2011

Categoria: romance, chick lit

Nota: 4/5

Skoob

Olá pessoal, tudo bem?

Hoje temos a resenha de um livro top nacional, Perdida de Carina Rissi. Sabem aquele livro que todo mundo elogia, mas você tem medo de ler e se decepcionar? Era o meu caso com Perdida, porque o único livro que eu tinha lido da autora havia sido Procura-se um marido, que apesar de ter gostado, eu não amei como todo mundo. Então iniciei Perdida com expectativas moderadas, e um pouco de preocupação. Resultado: fui surpreendida positivamente, porque o livro é encantador, e muito divertido.

Vamos conferir um pouco da obra?

Sofia é uma jovem de 24 anos que reflete bem a imagem de alguém do sec. XIX: ela trabalha muito, está sempre na correria, é movida a música, e super ligada a tecnologia. Em uma noite de balada com os amigos, ela deixa seu celular cair na privada do bar, e obviamente, se desespera para conseguir outro pra ontem, e sai para comprar um novo assim que acorda no dia seguinte. Logo na sequência, já percebemos algumas coisas estranhas, mas em sua ressaca brava, Sofia não capta bem as dicas do ambiente: a cidade está atipicamente vazia para um domingo no final de manhã, a loja de celulares também está vazia, sem ninguém além da vendedora (estranha demais!), que parece decepcionada com o amor eterno amor de Sofia por aparelhinhos mega tecnológicos, e parece resistente ao vender um aparelho único e raro, que ela mesma ofereceu!

Está na hora de começar a crer que existem mais coisas no universo além daquelas que os seus olhos podem ver. E finalmente começar a viver sua vida! Você sempre a deixou para depois, esperando que ela acontecesse, mas nunca fez nenhum esforço para isso.

Pág. 41

Resultado: Esse aparelhinho leva nossa mocinha para o ano de 1850!

Sim, um celular que funciona com máquina do tempo, e que tem o pequeno probleminha de não funcionar quando sua dona deseja, e nem como ela deseja, ou seja, a levando de volta a seu amado século XIX. Aí começam os problemas (e soluções?) de nossa mocinha, e nossas risadas são garantidas. Eu fiquei me imaginando no lugar da Sofia, e cheguei a conclusão que amo demais nossa época, e que teria pirado no passado, rs.

No séc. XVIII, Sofia é acolhida por Ian Clarke, um jovem e rico fazendeiro local. E não pensem que ela foi levada para Europa ou outro país, devido ao nome do mocinho. Ela continua no Brasil, e o nome e sobrenome de nosso mocinho se deve ao fato de ele ser descente de um inglês. Vocês não tem ideia da quantidade enorme de pontos que a Carina ganhou comigo por manter a história no Brasil! Mesmo que ela tenha feito algumas alterações na história do nosso país (liberdade poética, amores), ficou perfeito!

Ian é um perfeito cavalheiro, gentil, atencioso, trabalhador, encantador! Impossível não se apaixonar. Eu suspirei muito por eles, e entendi porque a mulherada baba no personagem. Ele se encanta de imediato por Sofia e seu comportamento atípico, mesmo que se choque por seus trajes nada convencionais e o sapato estranho (sim, o All Star vermelho da capa).

A história de Sofia e Ian é fofa, e vai se desenrolando com naturalidade. E enquanto isso acompanhamos Sofia na luta para descobrir porque foi enviada ao passado, e como voltar para seu próprio tempo. Tudo tem um porquê, que fica bem explicado.

O livro é bem divertido, fofo e tem algumas cenas cômicas. Gostei dessa mistura de chick lit e romance de época, até porque amo o último gênero, e tenho uma tendência a me irritar com o primeiro. Só teve uma coisa que me incomodou no livro, que foi o comportamento de Sofia ao chegar no passado, pois ela não tinha cuidado com o que falava, em vários momentos ela pensava "preciso medir minhas palavras, para não chamar a atenção", aí na cena seguinte estava discorrendo sobre coisas que não deviam ser ditas naquela época. Acho que algumas expressões como "legal, beleza, valeu" são tão automáticas e presentes no nosso cotidiano, que é difícil não falar, mas as coisas que ela contava para quem quisesse ouvir, não tinham sentido.

A narração é feita em primeira pessoa pela Sofia, e a escrita dinâmica e fluída garantem uma leitura rápida. A história é bem leve e divertida, e um tanto quanto previsível, mas isso não desmerece em nada a obra. Gostei do trabalho de pesquisa da autora, que retratou bem alguns hábitos e costumes da época, que deixam o constate entre o passado e o presente ainda mais gritante. Foi show!

A diagramação está boa, com páginas amareladas e letra num tamanho confortável para leitura. Não percebi a presença de erros de revisão, porém, alguns diálogos não tinham o travessão no começo. A capa é fofa, e super coerente com a história.

E agora, um pequeno desabafo, pois conclui que eu sou a Sofia! Sério gente, eu sou extremamente ligada a tenontalgia, tenho como exigência pessoal ter um celular que só falte dar cambalhota, e sempre brinco que meu telefone é uma extensão do meu braço, pois SEMPRE está comigo! E eu amo romances de época, mas nem por isso que ir para o passado. Então, vendedora estranha, fique longe de mim! Mas se quiser, pode me trazer um Ian que eu aceito, rs.

Como as pessoas conseguiram viver sem o computador por tanto tempo? — pensei. Levaria dias para que eu conseguisse colocar em ordem os meus e-mails, minha conta no Facebook e, bem provável, não conseguiria ler todas as postagens no Twitter. Teria que fazer isso assim que chegasse em casa. Ficar sem internet era como se eu deixasse de existir, não fizesse mais parte do mundo. Completamente isolada virtualmente.

Pág. 12

Apesar de ser o primeiro livro de uma série, o livro tem um final fechado e lindo. Amei isso! To cansada de finais abertos. Recomendo muito o livro. São algumas horinhas de diversão garantidas!

Beijos


Obs - livro lido na maratona literária de inverno, categoria Livro que virou ou vai virar filme.

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