Natasha Zelenka é apaixonada por filmes antigos, livros clássicos e pelo escritor russo Liev Tolstói. Tanto que Famílias Infelizes, a websérie que a garota produz no YouTube com Jack, sua melhor amiga, é uma adaptação moderna de Anna Kariênina. Quando o canal viraliza da noite para o dia, a súbita fama rende milhares de seguidores e, para surpresa de todos, uma indicação à Tuba Dourada, o Oscar das webséries. Esse evento é a grande chance de Tash conhecer pessoalmente Thom, um youtuber de quem sempre foi a fim. Agora, só falta criar coragem para contar a ele que é uma assexual romântica ou seja, ela se interessa romanticamente por garotos, mas não sente atração sexual por eles. O que Tash mais gostaria de saber é- o que Tolstói faria?
Título: Tash e Tolstói
Autora: Kathryn Ormsbee
Editora/Ano: Seguinte/2017
Categoria: Romance YA
Natasha Zelenka ou Tash, como é conhecida, é uma jovem de 17 anos , que está no segundo ano do ensino médio. Apaixonada por livros, seu autor favorito é o russo Liev Tolstói, o amor por suas obras é tão grande, que Tash e um grupo de amigos criaram uma websérie no YouTube chamada "Família Infelizes", que é uma adaptação conteporânea de Anna Kariênina. No início, a série não era muito conhecida, mas depois que um youtuber super famoso indica o canal deles, a série viraliza e ganha milhares de seguidores, visualizações, comentários e, infelizmente, haters.
E depois desse boom instantâneo, Tash precisa lidar agora com cronograma de filmagens, roteiros, comentários de fãs, e além disso tem os assuntos típicos dessa idade, como curso da faculdade, amizades e namoros. Nesse caso ela ainda tem uma particularidade, Tash assexuada, ou seja, ela se apaixona/gosta de garotos (ela é hétero), mas não tem atração sexual por eles. Leia uma matéria sobre o assunto aqui.
Com vários temas atuais, Kathryn Ormsbee desenvolve uma história que aborda diversos assuntos que nos fazem refletir e nos identificar. Tash é uma jovem como muitas, lida com vários problemas na família e na escola, e está tentando a fama no meio virtual como várias pessoas e o melhor é que ela consegue, mas essa fama traz várias outras coisas e foi interessante acompanhar como ela lidou com tudo.
A ideia de incluir a orientação de Tash na história é algo que chama atenção logo de cara, mas ressalto que não é muito aprofundado pela autora, entedi que ela queria levantar o tema, mas sem focar nisso. Achei muito pertinente a introdução sobre assexualismo, por ser um livro para o público jovem, o tema poderia despertar o interesse de muitos e quem sabe ao se identificar buscariam mais informações.
Uma das coisas que mais gostei do livro foi sobre os produtores de conteúdo na internet, como youtubers e blogueiros (eu aqui \o/), que desenvolvem vários trabalhos bacanas, mas que a maioria das vezes não é reconhecido ou remunerado por isso e ainda precisam lidar com comentários maldosos de haters. Acho que todos percebemos que há uma mudança nas estratégias de marketing e uma delas é o papel do digital influencer. Na história bastou uma indicação de um youtuber famoso para a série vizalizar e ainda concorrer a um prêmio, fica o questinamento: será que a série teria esse sucesso se não fosse mencioada pela youtuber?
Narrada em primeira pessoa, gostei muito de acompanhar a história pelo ponto de vista de Tash, uma jovem que me fez refletir e que me fez lembrar de quando tinha a sua idade e dos problemas que enfretamos e achamos que seria os maiores do mundo. A leitura é muito fluida, a escrita de Kathryn Ormsbee é uma delícia e já quero conhecer outros livros da autora. Recomendo a todos!
O correto é assexual e assexualidade. Assexuado é quando não possui genitália, assexual é quando não sente atração sexual. Tirando esse detalhe, obrigada pela resenha, fiquei curiosa para ler a história!
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