Londres, século 19. Na capital do Império Britânico,
durante o reinado da rainha Vitória, um rico e respeitado comerciante vive
luxuosamente, cercado de criados. Helen, mimada pelo pai, quer se divertir e
vai ao encontro do perigo: um espírito perverso trama sua perdição...
Arrastada pela obsessão, Helen entrega-se ao prazer.
George, ao resgatar a filha, conhece o lado sombrio de Londres, onde imperam a
miséria e o vício. Helen assume outra personalidade e ataca violentamente o
pai.
George não acredita em Deus, mas o desespero o conduz a uma
sessão espírita. Diante de um fenômeno de materialização, George entenderá que
o sol um dia voltará a brilhar no horizonte de sua vida.
Editora: Petit
Gênero: Histórico, Romance Espírita, Drama
Ano: 2013
Páginas: 464
Nota: 4,5/5
“O Sol Voltou a Brilhar” é um Romance Espírita psicografado
pela médium Célia Xavier de Camargo, através do espírito Erick.
O Sol
Voltou a Brilhar
Uma história de descobertas,
superação e fé
A partir do desmoronamento de uma família rica e feliz, “O
Sol voltou a Brilhar” nos introduz em uma história de descobertas, superação e
fé. O livro é, sim, uma publicação espírita, no entanto, pode ser apreciado por
qualquer tipo de leitor. Eu mesmo jamais li algo do gênero e, apesar de meu
interesse nos assuntos do além túmulo, percebo na obra qualidades que a
permitem ser uma leitura tanto agregadora de conhecimento, quanto de
entretenimento.
A história começa retratando a família Baker como o retrato
de família perfeita. Bem aventurados nas finanças e na vida familiar; membros da
mais alta sociedade londrina; respeitados e admirados por todos. Mas o
comportamento da filha Helen e a permissividade excessiva do pai leva a
situação para um lado sombrio e triste.
Logo que a filha é resgatada de um destino certo de morte, o
casal Baker se desespera em tentar salvá-la. Quando a medicina é incapaz de ajudá-la,
o conflito se instaura. George é totalmente séptico, ateu e racionalista. Sua
esposa, Kane, é bastante religiosa, e segue os conselhos de um amigo da família
e passa a pesquisar sobre a nova doutrina que tem sido estudada e difundida na
Europa: o espiritismo.
A partir das novas descobertas de Jane, também descobrimos
mais sobre o espiritismo e sobre o contexto pelo qual seu estudo foi concebido.
Deparamo-nos com personagens complexos, cada qual com seus dramas pessoais,
presentes e passados.
Com ajuda da mãe e dos novos conhecimentos que adquiri,
Helen tem progressos “milagrosos”. Mas o problemas não estão resolvidos, e há
muito o que fazer e aprender.
O livro nos mostra uma série de pessoas em transformação, em
evolução. A história avança e os personagens encontram, gradativamente,
respostas às suas perguntas, e crescem como pessoas; como almas.
Um grande ponto positivo do livro é que conflitos se resolvem
durante toda a trama, mesmo que haja outros a resolver, o que deixa a leitura
fluída e rápida, abdicando do recurso novela
das “9”, onde o sofrimento perdura e se renova para apenas no final as
coisas se resolverem.
O desfecho é muito agradável, onde todas as peças soltas se
encaixam e os problemas se resolvem, mas com uma perspectiva de continuidade e
de continua evolução dos personagens.
A apresentação física da obra é muito agradável, com uma boa
diagramação, com capricho especial nos inícios de capítulos. A capa é muito
bonita e o acabamento é ótimo.
Recomendo “O Sol Voltou a Brilhar” para pessoas sensíveis e
de mente aberta. Uma bela história, muito bem escrita de forma agradável e coerente.
Leia!
Trechos selecionados:
“ – Exato. É o que os espíritos sentem que os torna
melhores ou piores. Mas você entende, Jan que todos são igualmente “almas do
outro mundo”? No fundo são tos iguais! Afinal, são seres criados por Deus, côo
nós. Apenas a situação em que se encontram, pelos pensamentos e sentimentos
diferem da nossa.” (p. 79)
“ – Agora é que eu quero ver! Vocês não acreditam no poder
das trevas, mas provarão o que é bom. Não ficará pedra sobre pedra neste lugar.
As sombras estão no comando e todos receberão o que merecem. Um por um, todos
serão levados para o inferno!...” (p. 91)
“ – James, eu me vi envolvido em sombras escuras, e uma voz
medonha, cavernosa me falava...
– As sombras falavam?!...
– Sim!... E, o que é pior! Reconheci essa voz! (...)” (p.
113)
“ De repente, o ambiente mudou, e ele notou que algo
diferente estava acontecendo Olhando para a sensitiva, George percebeu uma
movimentação estranha por detrás da cortina: prestando atenção, viu que começou
a formar-se alo semelhantes a névoa esbranquiçada, que parecia sair de alguns
pontos do corpo da senhora; essa névoa foi se condensando de baixo para cima,
até que tomou a forma de um corpo humano. Espantoso!” (p. 193)
“ – Não me fale em Deus! Eu acreditava Nele, ara não creio
mais. Esse Deus do qual você me fala, permitiu que tudo isso acontecesse comigo
e com minha família. Assim, não quero mais saber de religião! Basta! O que
quero é fazer justiça com as próprias mãos. Esse miserável não mês escapa. Vai
perder tudo o que tem e ficar na
miséria, como eu!” (p. 266)
“Agora ele próprio admirava-se: “Como eu nunca reparei nas
pessoas? Como pude passar por tanta gente sem notá-las? São criaturas humanas
como eu, como Jane, como Helen e, no entanto, jamais olhei realmente para o
rosto delas, como se não fossem ninguém!” (p. 324)
“ No entanto, alguém, a distância, observava a cena,
incomodado e cheio de rancor. Caminhando de um lado para outro, em extrema
exasperação, refletia numa maneira de acabar com aquela cena patética.
Resmungava, de cabeça baixa, procurando um jeito de separar o intrometido rapaz
daquela que considerava sua presa.” (p. 354)
“ Oliver enxugou uma lágrima e prosseguiu refletindo: “Pelo
que aprendera, mesmo aqueles que tinham desejo de prejudicar os encarnados, o
faziam apenas porque haviam sido feridos no passado, magoados nas afeições mais
profundas, espoliados dos seus bens, traídos o que tinham de mais caro ao
coração. Então, dessa forma, os perseguidos de hoje eram os algozes de ontem,
que acreditavam ter todo o direito de ressarcimento dos prejuízos que sofreram”
(p. 405)
“ – Basta de guerras! Basta de disputas e de ódios
ferrenhos! O tempo não comporta mais dissensões, traições, calúnias! No altar
de nossas almas. Deponhamos as armas diante do Cordeiro Divino. Deixemos o
orgulho, o egoísmo, a vaidade ara trás, como veículos de atraso moral e
espiritual. Chegou o momento de trabalharmos todos pelo bem-estar do planeta,
que já nos concedeu tanto de suas entranhas e cujas bênçãos temos malbaratado
sistematicamente. Auxiliemos nossos irmãos que se debatem na ignorância, embora
nunca lhes tenha faltado o divino amor do Eterno Amigo.” (p. 447/448)
Estou lendo o livro nesse momento e estou adorando! *-*
ResponderExcluirA narrativa flui muito rapidamente, me surpreendi, já estou na página 200! rs
Pelo jeito tem muita coisa para rolar ainda, ansiosa!
beijos
http://apenas-um-vicio.blogspot.com.br
Gostei bastante do enredo, e como não leio quase nada do gênero, fiquei muito interessada, afinal livros espiritas, tem um toque diferente e acho que O Sol voltou a brilhar vai encantar o leitor!
ResponderExcluirBeijos
www.daimaginacaoaescrita.com
a resenha realmente ficou ótima, e me deixou muito curiosa. o livro parece ser emocionante
ResponderExcluir