MMF Entrevista #18 - Melissa de Sá

Bom dia, leitores, leitoras e preguiçosos. Depois de um longo jejum, volto com mais uma entrevista. Hoje conversamos com a minha conterrânea, a autora mineira Melissa de Sá.

Saiba mais sobre ela:

Melissa de Sá é escritora e blogueira. Tem publicado o livro Noites Negras de Natal e Outras Histórias  (em parceria com Karen Alvares) e contos publicados nas antologias Excalibur: histórias de reis, magos e távolas redondas (Editora Draco) e Dias Contados Vol.3 – Contos e histórias sobre o fim do mundo. Além do Mundo Mel, administra e posta no Livros de Fantasia.

24 anos

casada com Anderson Borges, o destinatário permanente :)

leonina com ascendente em gêmeos

fã doente de Harry Potter (sim, obrigada!)

sonha com ballet clássico

fala muito

gosta de doce de leite

curte andar no mato

paradoxalmente segura e insegura

ama verde

não gosta de azul

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ENTREVISTA

1. Você se lembra do primeiro livro que leu na vida? Que idade tinha?

R.: Chapeuzinho Vermelho. Era um livro grande, de poucas páginas e gravuras imensas. Lembro que ele tinha a borda amassada. Minha mãe lia pra mim sempre. Eu amava aquele livro! Mesmo antes de saber ler, ficava olhando as páginas, fingindo que estava lendo.

2. Qual o seu maior ídolo na literatura?

R. Sempre acho complicado falar de ídolos. Prefiro “pessoas que admiro”. Nesse caso tenho três grandes nomes: J.K. Rowling, Stephen King e Margaret Atwood.

3. Como funciona seu processo criativo?

R.: Normalmente começo com uma imagem ou com a ideia de uma cena. A partir daí, foco nos personagens, no que está acontecendo, na história de fundo. Faço anotações, normalmente num caderno, em forma de esquema. Deixo a ideia quieta uns dias. Se ela persiste, volto a trabalhar nela. Se não, deixo pra lá. Quando vou para o computador escrever, já tenho um esquema montado e sei o caminho geral que vou percorrer. Pra mim, essa organização é crucial. Posso até mudar de ideia depois, à medida que vou escrevendo, mas preciso do esqueleto da história em questão bem claro em minha mente.

4. Qual o seu livro de cabeceira neste exato momento?

R.: Vale três? “Sombra e Ossos”, de Leigh Bardugo, “Ilha dos Ossos”, de Ana Lúcia Merege, e “O Círculo dos Sete”, de Liége Báccaro Toledo. 

5. Fale um pouco sobre o que os leitores encontrarão em suas obras.

R.: Mais do que mundos fantásticos e situações incríveis, os leitores encontrarão histórias sobre pessoas. Pessoas agindo, reagindo e sentindo.

6.  Além do livro “Noites Negras de Natal”, seus diversos contos publicados em antologias têm por predominância a fantasia. Esse é se gênero predileto? Você tem projetos em outros gêneros?

R.: Fantasia é meu gênero predileto sim. Leio desde criança. Não é a toa que meu blog é o livrosdefantasia.com.br. Gosto muito também de distopia e ficção científica. Mas leio todo tipo de livro.

7. Hoje vemos (centenas de) dúzias de novos autores. Se destacar nessa enorme seara é uma missão tortuosa e longa. Como tem sido sua experiência ao divulgar suas obras? E quais as maiores dificuldades?

R.: Até hoje tive experiências bastante positivas. Vários leitores e blogs literários acompanham meu trabalho e tenho conseguido atingir cada vez mais gente. O problema é que com a facilidade de se publicar e-books todo mundo está publicando. Inclusive gente que não tem experiência de escrita ou que ao menos se considera escritor. Isso é difícil, pois os leitores começam a ficar desconfiados e pensam duas vezes antes de comprar um e-book, por exemplo. A maior dificuldade está justamente em mostrar que o seu material é de qualidade, que não é só um passatempo.

8.  Seus trabalhos publicados são todos contos. Há uma predileção pelos textos curtos? Teremos um romance de sua autoria disponível em breve?

R.: Na verdade comecei a escrever contos em 2012. O que de início foi uma tarefa difícil se mostrou uma ótima oportunidade para exercitar minha escrita e, mais tarde, publicar. Hoje em dia posso afirmar que não tenho predileção por texto curto ou longo, na verdade, tudo depende da história que me proponho a escrever. Algumas pedem mais páginas, outras não. Tenho um romance sim, Metrópole, que está em fase de reescrita/revisão. É uma distopia. Por enquanto, é o que posso dizer.

9. O livro “Noites Negras de Natal” é vendido pela Amazon, exclusivamente em e-book. Como você tem percebido a aceitação dos leitores ao formato digital? E qual é a sua relação com os livros digitais?

R.: Esse livro, escrito em parceria com a Karen Alvares, tem um ótimo retorno. Sempre aparecem novas resenhas e ganhei muitos leitores por conta dele, então digo que foi uma ótima experiência ter publicado em e-book. O preço é mais acessível e acredito que leitores se arriscam mais com e-books justamente por causa disso.

Eu adoro e-books. Leio no e-reader, no computador, no celular. Acho prático, pois posso levar pra qualquer lugar.

10.  Muitas vezes os autores carregam seus protagonistas com características próprias. Seus personagens têm muito de você? Algum personagem é inspirado em pessoas reais?

R.: Então, nunca fiz um personagem que fosse realmente baseado em mim, ao menos, não intencionalmente. Então acho difícil dizer se eles carregam alguma característica minha.

Quanto a personagens inspirados em pessoas reais, poxa, se isso acontece, não é intencional. Tento sempre misturar características diferentes nos meus personagens e não tentar associá-los com alguém que conheço diretamente. Se ficou parecido, foi algo inconsciente e só vou perceber um bom tempo depois!

11. Você costuma ler obras de novos autores brasileiros? Poderia indicar alguma(s) que merecem destaque?

R.: Sim, bastante. Existem ótimos escritores brasileiros que todos deveriam conhecer. Dentre eles eu cito Karen Alvares, Liége Báccaro Toledo e Ana Lúcia Merege, que são autoras que sempre acompanho. Além deles, eu chamaria atenção pra Roberta Spindler, Jacó Galtran e Eduardo Kasse.

12. Qual obra você gostaria de ter escrito?

R.: “Stardust”, do Neil Gaiman. Sou apaixonada por essa história.

13. Pode citar um trecho preferido de algum de seus trabalhos?

R.: Que pergunta difícil. Mas eu gosto bastante dessa fala da Princesa no conto “A Torre e o Dragão”:

“As histórias contam de príncipes que mataram dragões, mas isso jamais aconteceu. Príncipes foram consumidos por dragões e o Dragão instalou seu signo em todos eles ao longo dos séculos. Há aqueles que dizem entendê-los, mas isso é mentira. Ninguém nunca poderá compreender ou seguir o Dragão, ele não deixa ensinamentos nem apóstolos, pois é ao mesmo tempo ensinador e ensinado. Todos aqueles que se aproximaram do Dragão foram consumidos por ele. Quer pelo fogo, quer pelo espírito. Então não há nada que você, cavaleiro, possa fazer para me retirar da Torre e me afastar do Dragão. Pois essas são as únicas duas coisas que me foram dadas a conhecer.”

Esse conto foi publicado na revista Trasgo. www.trasgo.com.br

14. Por favor, conte-nos sobre seus projetos futuros. O poderemos ler com a sua assinatura em breve?

R.: Como eu disse, tem um romance distópico, Metrópole, vindo aí. É um Young adult um pouco mais sombrio.

Além disso, tem alguns contos que vão sair em breve em formato e-book solo.

15.  Quais suas maiores influências na sua escrita?

R.: Stephen King e Margaret Atwood. Do Stephen King, o foco incessante nos personagens. Da Margaret Atwood, a melancolia.

16.  Como e quando surgiu seu interesse pela escrita?

R.: Desde criança escrevo histórias. Sempre gostei de criar novos mundos e personagens. Eu tinha um caderno com capa da Minnie em que eu escrevia histórias que me vinham na cabeça. Tenho o caderno guardado até hoje. Inclusive, uma das histórias de lá é uma fantasia épica que pretendo escrever. Inclusive os contos “O Último Verão de Euranía” (antologia Desejos, da Buriti) e “A Última Vez” (antologia Boy’s Love, da Draco) são histórias desse mesmo universo.

17. Você já teve algum episódio na infância envolvendo renas?

R.: Não. rs Mas na árvore de Natal que minha mãe montava tinha uma rena de plástico em miniatura que foi inspiração direta para rena do conto “Lembranças Vermelhas” (Noites Negras de Natal e outras histórias).

18.    O que você diria aos futuros escritores, que desejam mostrar ao mundo as histórias que povoam suas mentes?

R.: Que eles planejem bastante. É muito melhor demorar mais publicar, mas publicar algo trabalhado, do que sair correndo e colocar no mundo textos mal revisados ou desenvolvidos. Lembrem-se, mesmo com e-books, publicou, é pra sempre. Não tem como voltar atrás. Procure pessoas em quem você confia pra ajudar a revisar o seu texto. Texto bem revisado sempre passa uma ótima impressão para os leitores.

19.   Qual é o seu personagem preferido em sua obra publicada?

R.: Não se pergunta isso! Hahahaha Brincadeira, mas é difícil escolher. Eu diria que é Tristam, o cavaleiro do conto “A Torre e o Dragão”. Ou talvez Odette de “A Morte do Cisne” ou mesmo a Brucei de “O Último Verão de Euranía”. Difícil.

20.        O que você tem a dizer a quem ainda não conheceu seu trabalho

R.: Que o leiam! Faço um convite a todos para conhecer minhas publicações. Escrevo terror, romance, literatura infantil, distopia e fantasia clássica. Então é bem provável que você encontre algo que goste em meio a tudo isso. Acesse mundomel.com.br/livros-melissa-de-sa

21.  Por favor, dê seu recado. Diga o que quiser para seus leitores, futuros leitores, inimigos... Todos.

R.: Eu gostaria de agradecer a todos que leem meus textos. Principalmente aqueles que passaram a seguir minhas publicações, mandando e-mails, comentários em posts, Facebook e Twitter. É extremamente gratificante saber que toquei o coração de vocês com minhas histórias a ponto de vocês quererem ler outras.

Agradeço também a Karen Alvares e a Nívia Fernandes, que sempre me ajudam a revisar meus textos.

No mais, leiam! Leiam de tudo! Experimentem!

Vocês podem me encontrar no livrosdefantasia.com.br e no mundomel.com.br.

Facebook:  https://www.facebook.com/melissadesa89

Twitter: @melissadesa

Instagram: @melissadesa1

Melissa,

Obrigado por aceitar responder a essa entrevista e que sua carreira cresça sempre. Já estou esperando a pré-venda de "Metrópole".