[Resenha] Alguém para amar - Judith McNaugth


Em 'Alguém para amar', Judith McNaught descreve com impressionante vigor e emoção o romance entre uma condessa, Elizabeth Cameron, e um homem de origem misteriosa, Ian Thorton.
Elizabeth foi criada longe dos salões londrinos e não sabia que ligações afetivas e financeiras frequentemente se entrelaçam em sutis arranjos de interesses. Era ingênua demais para suspeitar do comportamento de Ian, um homem atraente e perigosamente hábil nos jogos sociais. Mas dessa união nasce um amor permeado de intrigas, escândalos e irrefreável sensualidade.

Título original: Almost Heaven
Editora/Ano: Best Seller/2008 / Páginas: 558
Categoria: romance de época, romance



Olá pessoal, tudo bem?

Não sei vocês, mas eu tenho dificuldade em escolher Um livro favorito. Tem vários que amo tanto, que é difícil fazer um rank. Porém, quando o assunto é romance de época, essa dificuldade diminui bastante, porque o livro que sempre salta a minha mente é o lindo Alguém para amar, de Judith McNaugth. Isso com certeza tem a ver com uma questão nostálgica, já que esse foi um dos primeiros (talvez o primeiro, não lembro bem) livro do gênero que eu li, há uns bons 10 anos atrás, e já naquela época, Judith se tornou uma das minhas autoras favoritas. Por isso é tão difícil falar sobre essa obra! Publicado originalmente em 1989, o livro chegou ao Brasil em 1990, pela editora BestSeller, e teve outras duas edições, sendo a mais recente de 2008.

Então, vamos lá?

Em Alguém para amar somos apresentados a Elizabeth Cameron e Ian Thorton. Ela, uma jovem condessa órfã, que saiu do campo pela primeira vez na vida para sua apresentação em Londres, onde seu irmão esperava que ela fizesse um bom casamento (para sanar as dívidas que papai e irmãozinho deixaram por sua má gestão e jogos). Ele, um homem misterioso, que dizem ser neto bastardo de um poderoso duque. Elizabeth e Ian se conhecem em uma festa de final de semana, na casa de uma nobre, e esse final de semana foi o que bastou para destruir por completo a reputação da jovem, após os dois serem visto juntos na estufa. Uma noite de mal entendidos, que levou Elizabeth a pensar que Ian não passava de um libertino sem escrúpulos, e levou Ian a julgá-la como uma jovenzinha frívola e mimada, que só queria aproveitar a liberdade antes de se casar com um nobre.

Um ano atrás, quando debutara na sociedade, Elizabeth obtivera sucesso instantâneo. Os pedidos de casamento alcançaram um número recorde. Agora, aos 19 anos, era uma espécie de pária dessa mesma sociedade que antes a imitara, louvara e mimara. Ela quebrara suas regras e, com isso, tornou-se foco de um escândalo que se alastrou pela cidade como um incêndio descontrolado.
Pág. 20

Quase dois anos se passam, e Elizabeth se tornou uma pária da sociedade, fazendo o possível e impossível para sustentar a propriedade familiar, Havenhurst, que ela herdou do pai, junto com o título de Condessa (seu irmão é filho do primeiro casamento da mãe), com a ajuda parca e de má vontade do tio, Julius. Visando se livrar da menina e dos gastos com Havenhurst, Julius decide oferecer a mão dela em casamento a todos os seus antigos pretendentes, sem se dar conta da falta de educação e tato que tal gesto significa, e também desconhecendo o escândalo que destruiu a reputação da sobrinha. E aí que ela e Ian se reencontram. Ele, com sua genialidade e inteligência elevadas, se tornou um dos homens mais ricos da Inglaterra, e portanto, um excelente partido diante daquela mesma sociedade que um dia o rejeitara. Porém, a imagem que Ian e Elizabeth tem um do outro é a pior possível, o que se agrava pelo fato de nenhum dos dois realmente saber toda a verdade sobre aquele final de semana que marcou suas vidas.

Bom, isso é só o início do livro. Não vou entrar mais nos acontecimentos, mas é muita coisa! Afinal, estamos falando de um livro de 700 páginas! Judith tem uma escrita absolutamente deliciosa, e um conhecimento profundo da cultura, hábitos e costumes da época. Além disso, ela é mestre em alfinetar a hipocrisia e superficialidade de alguns dos membros da nata da sociedade inglesa, mostrando seus jogos de poder, traições e tramoias para conseguir o que desejam. Alguém para amar é um livro lindo, emocionante, divertido e comovente. Considero-o uma obra completa, pois mostra as diversas nuances da sociedade londrina e sua nobreza, além de apresentar um pouco dos traços escoceses da época. Há romance, sensualidade, humor, um toque de mistério. Enfim, tudo que um livro precisa para me conquistar. E sinceramente, acho que um pouco da minha fascinação pela Escócia veio com esse livro, já que o li pela primeira vez há muitos anos.

O mais interessante do livro é que ao contrário de outros romances de época, esse mostra o que realmente acontece quando uma jovem tem sua reputação destruída. E, naquela época, um simples aperto de mão poderia ser suficiente para isso. Alguém para amar já começa com Elizabeth vivendo à margem da sociedade, e desde as primeiras páginas vemos ela lutando para sustentar a propriedade e os poucos empregados que restam, que são aqueles que acompanharam a menina crescer, e são sua verdadeira família. Só depois que vemos o que aconteceu com ela e Ian no passado. Isso é sensacional, pois é comum as autoras do gênero correrem com um casamento no momento que aparece a mínima dúvida sobre a honra da moça.

Elizabeth e Ian formam um dos meus casais favoritos de todos os tempos! A construção da relação dos dois, assim como os problemas de relacionamentos criados, foram super coerentes e verossímeis. Elizabeth é uma protagonista sensacional. A mistura de força de caráter e opinião, aliada a inocência e ingenuidade, fazem dela uma personagem incrível e encantadora. Já Ian é perfeito! Ele é justo, inteligente, corajoso e encantador. Metade inglês, metade escocês, ele mistura a altividade dos nobres ingleses, a impulsividade e orgulho escocês. E é meu marido literário absoluto! Tipo, primeiro lugar disparado no rank.

Ian possuía a calma arrogância de seus nobres ancestrais britânicos, além do temperamento explosivo e a orgulhosa intolerância dos escoceses. Tal combinação produzira um homem brilhante, que tomava as próprias decisões e jamais permitia que alguém o impedisse, quando resolvia colocá-la em prática.
Pág. 310

Os personagens secundários foram bem inseridos e aproveitados. Alexandra e Jordan, casal amigo dos protagonistas, são presenças constantes, e participam dos momentos mais importantes do livro. Outros destaques são os leais e divertidos criados de Elizabeth, assim como Ducan, tio de Ian.

A diagramação é simples, e embora seja muiiiito caro, o livro tem alguns traços de edição econômica, como papel branco e ausência de orelha, o que é péssimo, em um livro tão grosso. Porém, nada disso comprometeu a leitura, devido a história excelente aliada a letras grandes. A tradução e revisão estão bem feitas, mas percebi dois erros envolvendo troca de títulos de nobreza (uma duquesa foi chamada de condessa, e um conde de duque), que podem confundir o leitor. A capa é linda, e o nome da autora está em alto-relevo.

Alguém para amar é o 3º livro da série Sequels, porém, não há a menor necessidade de se ler na ordem. Quem já leu Judith McNaught sabe que seus personagens passeiam de um livro para outro, independente das séries, e que nunca há aprofundamento na história dos casais secundários. Por exemplo, Alex e Jordan são os protagonistas de Something Wonderful (que realmente é lindo!), livro anterior a Alguém para amar, e não lançado no Brasil, e nesse livro Elizabeth e Ian nem sequer são mencionados.

Recomendo demais gente! Sério! Eu amo esse livro de paixão, e até hoje não li nada da autora que fosse ruim!!!

Beijos

13 comentários

  1. Parece interessante!! Vou ler
    Postagem nova
    http://meuestiloe.blogspot.com.br/

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  2. Bruna que texto maravilhoso, bem escrito e com conteúdo (muitos deveriam se inspirar em você, o que leio de textos confusos nos blogs!!!). Esse é o segundo livro que leio resenha positiva dessa autora, o outro foi Agora e sempre. Anotei o nome de ambos na minha lista de desejo para o dia em que eu tiver oportunidade de comprá-los.
    Uma pena que nenhuma editora decidiu relançar esses títulos e lançar os outros da autora em uma edição mais caprichada. Acredito que seria um sucesso, mas como você destacou que mesmo simples essas edições são cara talvez uma edição mais caprichada ficasse exorbitante para o mercado nacional. Enfim torcendo para que sejam relançamos.
    Gostei de conhecer um pouco da história de Alguém para amar e como apaixonada por romances de época fiquei curiosa para saber mais e mais. Amei a dica!!!

    Leituras, vida e paixões!!!

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  3. Ahh esse livro lindo! O primeiro que li dela foi Whitney, Meu Amor. Acabei ganhando e nem sabia do que se tratava, fui ler e me derreti com a história. Ela tem uma escrita tão linda e viciante! As histórias prendem, os personagens parecem reais e você se identifica e torce por eles. É muito bom de ler. Esse foi o segundo que peguei dela e que bom, porque a autora faz mesmo coisas lindas e esse vale tanto a pena quanto o outro. Também não me arrependo dos livros que pego dela e fui correr atrás de tudo que deu. Queria que lançassem mais aqui, novas edições e tal. Ela era praticamente desconhecida pra mim, nunca vi nem resenha nem nada na época que ganhei o primeiro livro e é uma perda enorme pra quem gosta de um bom romance.

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  4. Eu sou uma apaixona por histórias de época, mas não gosto de romances. Aí essa mistura não me agrada. Isso é terrível, pois gosto tanto da ambientação, sonho com aquelas roupas, aquele modo de vida, mas esses romances.. arg... não consigo me interessar. Na realidade nunca li nenhum desses livros por esses motivos acima. é um cadinho de preconceito, eu sei. Mas gostei de ser um romance único. Tô meio cansada de ver tantas séries e sagas por aí.

    ;D
    Nelmaliana Oliveira

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  5. Oioi! Tudo bem?
    Gosto mto de romances de época, mas ainda não li nada da Judith McNaugth.
    Vou ter que me render aos livros da autora, pq vejo o tanto que vc gosta e fico curiosa hehe.
    Amo os livros, mas fico louca com o tanto que as moças sempre sao as mais injustiçadas, reputação destruída é osso demais.
    Pelo pouco que vc contou já deu saudades de ler um romance assim.
    Depois vou querer emprestado, hehe.
    Beijos.

    Livros e SushiFacebookInstagramTwitter

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  6. Não conhecia o livro e fiquei interessada pela resenha parece ser muito bom. Nossa setecentas páginas e não tem orelha é ruim rs. Adorei saber que tem um toque de mistério e que é divertido. A protagonista é uma verdadeira guerreira lutando para manter a casa e empregados.

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  7. Helloooo, taí uma autora que preciso ler, por que só pela resenha já deu para sentir que esse livro vai me conquistar, você sempre indica essa autora, preciso me organizar para embarcar nessa história. Bjkas

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  8. Como eu não conhecia esse livro até hoje??? Amo romances de época e mais ainda quando eles descrevem quase que verdadeiramente o que acontecia naquela época,ainda mais com essa luta toda da personagem principal,fico imaginando o que ela sofreu às margens da sociedade e ainda lutando para sustentar a família. Me apaixonei e vou atrás desse livro hoje mesmo.

    Obrigada ela dica e pela linda resenha.


    bjsss


    Apaixonadas por Livros

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  9. Olá!!

    Nunca li nada da autora, mas tenho vontade a anos. Não deu foi tempo ainda! Esse em especial, amei! Não conhecia e amei a resenha! Poxa, 700 páginas?! Amo livros grande, mas desses que utilizam de fato tantas páginas para decorrer a história sem enrolação.

    Bjus
    Blog Fundo Falso

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  10. Oi Bruna, tudo bem?
    Não conhecia a autora... mas gostei muito da premissa que disse... gosto de romances de época verossímeis, como esse que foi destacado em sua resenha... as mocinhas dessa época sofriam muito, por serem apenas bibelôs... e se cometesse algum infortúnio, por menor que fosse, estariam perdidas. Bastava uma palavra do homem para sua vida cair em desgraça... eu tive uma prova de algo que me lembra a este livro, no romance de época da Babi... ela mostra um pouco de como uma garota vira um párea para a sociedade, com apenas uma palavra de um homem... enfim vou procurar este livro... Xero!

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  11. Olá Bruna,
    Que livro! Eu preciso urgentemente ler esse livro, torcer para que lancem uma nova edição. Romance de época é meu gênero literário favorito e sempre busco ler autoras diferentes, e Judith é uma que ainda não conheci através das páginas. Adorei o que li na resenha, que por sinal está perfeita, você me deixou muito empolgada para conhecer a história de Elizabeth e Ian. As 700 páginas não me incomodam nenhum pouco, pelo contrario, estou mais do que interessada em mergulhar nos hábitos e costumes da época.
    Beijos

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  12. Oie Bruna, tudo bem?
    Já tinha ouvido falar desse livro, mas não tinha lido nada sobre e, com a sua resenha, fiquei realmente encantada e já anotei aqui como desejado.
    Adoro um romance de época e pelo jeito, a autora desenvolve muito bem nessa história. Fiquei bem animada em saber q se trata de uma série mas q não é necessário ler na sequência.
    Já espero ler logo!
    Ótima dica!
    Bjo

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  13. Ola Bruna lindona já li esse livro há um tempo atrás e amei menina, ganhei de uma amiga e pretendo reler, sou apaixonada por esse casal lindo e romântico. A capa está linda. beijos

    Joyce
    www.livrosencantos.com

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Obrigada pela visita, e volte sempre!
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