[Resenha] Como Falar com Garotas em Festa - Neil Gaiman


Enn é um garoto de quinze anos que nunca se deu bem com as garotas, enquanto seu amigo Vic tem todas a seus pés. Na Londres dos anos 1970, auge do punk rock, os dois estão prestes a viver a aventura mais espetacular das suas vidas. Ao serem convidados para uma festa, conhecem as belas Stella, Triolet e Wain e descobrem mais segredos do que jamais poderiam supor. Do premiado Neil Gaiman, autor de Deuses americanos e Sandman, e adaptado e ilustrado de maneira extraordinária pelos irmãos Fábio Moon e Gabriel Bá, Como Falar com Garotas em Festas é uma graphic novel eletrizante, uma jornada sobre as descobertas do amor, das diferenças e dos mistérios que cercam o amadurecimento.
Título original: How to Talk to Girls at Parties
Editora/Ano: Quadrinhos na Cia/2017
Gênero: Quadrinhos, HQ

“Como falar com garotas em festas” é um conto de Neil Gaiman publicado na antologia “Coisas Frágeis”, lançada por aqui em 2008. Admito que não me lembrava muito do enredo, apesar de se tratar de um clássico do autor. Acontece. Confesso que também não li “Daytripper”, dos gêmeos Fábio Moon e Gabriel Bá, obra que é referência no campo das graphic novels nacionais. Está no topo da minha lista, prometo.

A adaptação do conto é bastante fiel ao trabalho original. O contexto é a Londres dos anos 70 e os protagonistas são os amigos Enn e Vic, ambos na casa dos quinze anos e com experiências ainda pouco significativas com o sexo oposto. Enn já tinha beijado três amigas de sua irmã, sem necessariamente ter precisado falar nada com elas; Vic, por outro lado, se valia da aparência e do jeito descolado para se dar bem com as meninas, mas tinha ainda muito o que aprender. É certo que os dois teriam importantes lições sobre a vida, o universo e tudo mais na festa que estava por vir, mas não exatamente as que estavam esperando.

Gaiman sabe, como poucos, entremear realidade e fantasia. Entidades inconcebíveis – como definir, por exemplo, o “Verde do Violinista”, de Sandman? – costumam, em suas obras, andar lado a lado com seres humanos, deuses, demônios e todo tipo de criaturas mitológicas. Por um momento, até que a festinha parecia comum, com música alta, bebida e muita gente se divertindo. No entanto, quando Enn e Vic começam, de fato, a falar com as garotas, percebem que ninguém ali é o que aparenta ser – e que talvez as moças sejam inalcançáveis para os dois amigos. Infelizmente, não há nada a fazer além de aceitar o fato e seguir em frente.

Em certo momento, Enn ouve de uma ruiva de cabelos encaracolados: “Eu sou um poema… ou eu sou um padrão… ou uma raça inteira cujo mundo foi engolido pelo mar”. Tanto a explicação dada quanto a interação entre os dois rendem momentos belíssimos, dentre tantos outros que fazem valer a leitura. “Como falar com garotas em festas” é daquelas histórias que você lê em um instante e que ficam repercutindo por um tempo. Curti bastante essa edição e entendo que a parceria entre Gaiman e a dupla Moon/Bá foi extremamente feliz. Leia, porque vale a pena.


Resenha feita pelo blogueiro convidado Ronan Sato.

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